APÓS SAÍDA DO POMERI

Pai de garota que atirou em Isabele alega inocência da filha

Garota passou uma noite no Complexo Pomeri (atual Centro de Atendimento Socioeducativo)

por Karollen Nadeska, de Cuiabá

16 de Setembro de 2020, 14h28

Reprodução
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O empresário Marcelo Cestari, pai de B.C., garota que atirou e matou Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, alega que sua filha é inocente e que a versão de tiro acidental apresentada por ela, contudo, é verdadeira.

A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (16), na frente do Complexo Pomeri, após a defesa da menor conseguir um habeas corpus com o desembargador do Tribunal de Justiça (TJMT), Rui Ramos, liberando a ida dela para casa.

“Ela não usou a arma, foi um acidente o que aconteceu. Quando eu falo acidente é no sentido estrito da palavra e não no sentido técnico. Foi um infeliz acidente aonde ela perdeu a melhor amiga dela”, explicou.

Na noite de ontem (15), a 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital acolheu a representação criminal dos promotores de Justiça pedindo a internação da garota por ato infracional, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Na decisão, a juíza do caso determinou o cumprimento imediato da internação e a adolescente então foi levada pelos pais até o Complexo Pomeri, no bairro Carumbé, para o início do tratamento provisório de 45 dias.

Após passar uma noite no local e sair sob escolta, assim que houve a revogação da determinação da juíza, o pai da garota desmentiu a informação de que sua filha, ao receber a notícia da internação, havia fugido.

“Estamos a todo tempo sendo colaborativo. Não existe criminoso, não existe nenhuma pessoa que queira fugir e coisa do tipo. Nós estamos prestando e dando satisfação a todo momento a Justiça”, finalizou.

O tiro

O disparo ocorreu no dia 12 de julho. Nesse dia, Isabele foi até a casa da amiga, no condomínio de luxo, Alphaville, para fazer um bolo e passar a tarde por lá.

No entanto, o namorado da adolescente infratora, levou duas armas para serem guardadas na casa do sogro e a jovem teria ido guardar os objetos. Mas, ao entrar no seu quarto a procura da amiga, teria efetuado o disparo em um tipo de acidente.

A perícia, entretanto, descartou essa versão e afirma que no mínimo a garota assumiu o risco de matar e que ela deveria responder por ato infracional – já que adolescente não comete crime – análogo a homicídio doloso (quando há intenção de matar).