OPINIÃO
Produzir mais e melhor para crescer: investimentos que estão impulsionando a cadeia têxtil
17 de Março de 2023, 13h51
Não é de hoje que o mercado têxtil brasileiro vem passando por uma profunda transformação. Apesar de ser um dos pilares da economia do país e contar com um ecossistema produtivo em todas as pontas da cadeia, esse setor precisa se reinventar diariamente. Da abertura do mercado estrangeiro, que impulsionou importações de itens de manufatura e obrigou os fabricantes nacionais a se reinventarem devido à alta do dólar e fechamento das fronteiras na pandemia, a cada ano um novo movimento parece desafiar o empreendedor.
E é neste ciclo que a agenda ESG - que não só traz à tona o assunto ambiental para um dos mercados globais mais poluentes, mas também questões de sustentação dos negócios no longo prazo - se destaca. Produzir mais e melhor nunca foi tão importante: grandes investidores esperam das confecções processos mais eficientes e limpos, com entregas cada vez mais ágeis. Desenvolvem e aplicam, inclusive, selos que validam parceiros de negócios dentro de novas práticas produtivas, valorizando quem investe em tecnologia para escalar seu negócio sem desperdiçar insumo, mão de obra ou recursos naturais e energéticos.
Neste contexto, crescem os investimentos em automação, com a busca cada vez maior por máquinas que auxiliem na realização de processos padronizados, elevando a qualidade do produto final. Menos água, menos energia elétrica, desperdício de tinta, tecido e plástico em níveis cada vez mais baixos estão no radar das empresas.
Para se ter uma ideia do impacto positivo que esse movimento traz aos negócios basta olharmos para os números do Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira, produzido pela Abit em parceria com o Senai. Em 2022, as empresas brasileiras investiram U$ 827 milhões em novas soluções para seus parques fabris, 8,53% a mais do que no ano anterior.
A movimentação do mercado mostra um momento favorável não só para a indústria que busca solução, mas também para os desenvolvedores de tecnologias e maquinários para o setor – com a elevação do dólar e o custo da logística global, o fornecedor brasileiro deixa de ser preterido e tem a chance de elevar sua presença de mercado.
Com soluções aderentes à realidade da indústria brasileira, criadas com pitadas de proximidade e conhecimento do mercado nacional, a indústria de máquinas é impulsionada pela busca da produtividade. Juntas, empresas que desenvolvem soluções para o parque fabril e a indústria da moda tornam a cadeia nacional mais forte e consolidam uma parceria essencial entre tecnologia, suporte especializado para melhores aplicações e criatividade que faz da nossa indústria uma das mais importantes do mundo.
* Fábio Kreutzfeld é CEO da Delta Máquinas, empresa especializada em soluções para automação da produção na indústria da moda