PANDEMIA

ONU antecipará entrega de 4 milhões de doses de vacinas anticovid ao Brasil

Doses chegam até o fim deste mês Havia 2 milhões de doses atrasadas ONU tenta antecipar outras 4 milhões Vacina adquirida pela Covax Facility

por Poder 360º

17 de Abril de 2021, 09h57

Sérgio Lima/Poder360
Sérgio Lima/Poder360

A ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou nessa 6ª feira (16.abr.2021) que antecipará o envio de 4 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 destinadas ao Brasil por meio da Covax Facility, iniciativa co-liderara pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Os imunizantes chegam ao país ainda em abril, segundo comunicado da organização. A data prevista era maio. Há ainda a possibilidade da antecipação da entrega de outras 4 milhões de doses.

Até agora, o Brasil recebeu pouco mais de 1 milhão de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford por meio do consórcio. Deveria ter recebido mais 1,9 milhão até o fim de março, o que não aconteceu. A antecipação, na prática, compensará tardiamente o último atraso. O país adquiriu, no total, 42,5 milhões de doses.

O anúncio foi feito em reunião virtual de representantes da ONU e da OMS com 22 governadores e 4 vice-governadores do Fórum de Governadores do Brasil.

Amina Mohammed, subsecretária geral da ONU, participou do encontro. Ela ressaltou o compromisso da organização com a igualdade na distribuição de vacinas e reforçou que, além da vacinação, é preciso fortalecer as medidas de prevenção contra a covid-19.

O mais importante, como ouvimos da OMS, é adotar medidas preventivas. O Brasil deve olhar para outros países que foram bem sucedidos na superação da crise. Ouvimos alto e claro e vamos reforçar nossos esforços para conseguir insumos. Mas para impedir que mais de 3.000 pessoas morram por dia, precisamos quebrar o ciclo de disseminação do vírus”, disse.

Na reunião dessa 6ª feira (16.abr), o grupo de governantes pediu a quebra de patentes de vacinas contra coronavírus. Também falaram em ajuda humanitária.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que o pedido é para que a entidade atue “da mesma forma como lá atrás, no precedente, tratou na área do HIV”.

Segundo Dias, a ideia seria, mesmo com eventual quebra, pagar os investimentos realizados nas pesquisas para desenvolvimento das vacinas. “É possível que se pague por aquilo que foi o investimento na pesquisa, tecnologia, na ciência, nós queremos valorizar a ciência”, declarou.

“O Brasil vive uma situação particular. Já não é mais problema só do Brasil. A rigor, o que acontece no Brasil é um problema do mundo”, disse Dias. “Se o mundo não cuidar do Brasil, há um risco de daqui a pouco ter uma variante e nenhuma dessas vacinas funcionar”, falou o governador.

Eles pediram mediação nas negociações de importação de insumos para produção das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca. Ainda, solicitam ajuda para obter insumos hospitalares. O documento é assinado por todos os 27 governadores.