Emergência
SAMU está trabalhando sem médico regulador, diz coordenador
Segundo o coordenador do Samu na cidade, Adriangelo Magalhães, o problema se deve a falta de interesse dos médicos em trabalhar no serviço
18 de Setembro de 2012, 17h03
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), responsável pelo atendimento de emergência na cidade, vem atuando sem a presença de um médico-regulador no atendimento ás inúmeras ocorrências que atende, principalmente de acidentes de trânsito. O médico-regulador é aquele que conversa com as pessoas que acionam o Samu pelo telefone 192 e passa as primeiras orientações sobre como proceder com o paciente ou acidentado.
Segundo o coordenador do Samu na cidade, Adriangelo Magalhães, o problema se deve pela falta de interesse dos médicos em trabalhar no serviço.
"Trabalhamos hoje com quatro ambulâncias e sete médicos, que estão todos trabalhando na assistência, em plantões de 12 ou 24 horas, de forma que possamos ter um médico a disposição todos os sete dias da semana. A prefeitura já fez três seletivos para a contratação de mais médicos, mas não conseguiu, pois nem todo médico tem afinidade ou a característica de entrar dentro de uma ambulância e sair pelas ruas da cidade em alta velocidade para prestar atendimento. Quem trabalha aqui é por que gosta de trabalhar com ação", definiu.
Ainda assim, ele diz que todos os médicos que trabalham no serviço ajudam na regulação. "Todas as viaturas do Samu são equipadas com rádio e, quando acionado, o médico que está na viatura repassa orientações para quem está na cena do acidente", pontuou.
Ele afirmou ainda que o médico plantonista do Samu recebe mensalmente cerca de R$ 7.400 por dez plantões de 12 horas, valor considerado compensador pelo coordenador do Samu. "Os médicos tem muito tempo livre para se dedicarem a outros empregos. Então, não se pode dizer que eles ganhem mal", disse Adriangelo.
Ele ressaltou também o trabalho das motolâncias, motocicletas pilotadas por um socorrista do Samu, que é equipado com equipamentos como desfibrilador, que serve para reanimar pessoas que sofreram parada cardiorespiratória, além do colar cervical e todo material para imobilizar o paciente até a chegada da ambulância. "Temos duas motolâncias, que chegam mais rápido no local dos acidentes, dão a primeira assistência, imobilizam e deixam o paciente pronto para ser transportado pela ambulância até o hospital", informou.
Descentralização - No início desse mês foi anunciada a descentralização do Samu, com a instalação de uma base avançada na região Salmen e outra no Jardim Atlântico, com o objetivo de agilizar o atendimento nestas regiões, que apresentam índices elevados de ocorrências, principalmente no trânsito, pelas proximidades com a BR-364 e MT-270.
A iniciativa de levar o atendimento para mais perto do usuário é muito louvável, mas o projeto merece ser melhor estruturado para atingir seu objetivo, pois enquanto uma ambulância e sua equipe de socorristas usam um posto de polícia comunitária existente na região Salmen como base, a equipe destacada para o Jardim Atlântico improvisa, ficando estacionada do lado de fora do PSF do bairro, se retirando do bairro quando a unidade de saúde fecha, ao final da tarde.
Funcionárias do PSF do Jardim Atlântico, que preferiram não se identificar, afirmaram à reportagem do site GazetaMT que deve ser construída uma sala para a equipe do Samu anexa ao PSF e, enquanto isso, a ambulância tem ficado pouco tempo no bairro. "Hoje (18) pela manhã eles passaram por aqui e logo foram embora, talvez para atender alguma ocorrência", disse uma das atendentes do PSF.
Números - Segundo ainda o coordenador do Samu, o número de acidentes têm diminuído na cidade, principalmente devido a intensificação da fiscalização no trânsito por parte da Polícia Militar (PM) e a melhora da sinalização de trânsito e á construção de algumas rotatórias pelo poder público municipal.
Apesar da afirmação do coordenador do Samu, o número de acidentes ocorridos durante o mês de agosto, que totalizaram 580, é maior que os ocorridos no mês de janeiro deste ano, quando ocorreram 552 acidentes de trânsito.