Aproveitando a data em que se celebram os 72 anos de emancipação de Rondonópolis, o Museu Rosa Bororo traz a público a exposição “Rondonópolis, rainha do algodão”. A temporada já está aberta e segue até 13 de fevereiro de 2026.
Com um enquadramento que exibe a Rondonópolis das décadas de 70 e 80 do século passado, fotografias, ilustrações e uma instalação que retrata as diferentes fases do tratamento do algodão – do plantio à colheita, passando pelo descaroçamento e remoção das impurezas até a fiação e seu encaminhamento para a tecelagem a fim de ser processado –, além de uma maquete que traz edificações com as formas arquitetônicas das casas e estabelecimentos comerciais da cidade daquele tempo, a mostra discorre sobre o boom dessa comoddity que, ao chegar àquela que é, hoje, a segunda maior economia do Mato Grosso, impulsionou o mercado local e dinamizando o município.

“A ênfase da exposição é o momento em que o algodão passa a ser plantado nas grandes fazendas de Rondonópolis e torna-se uma mercadoria agrícola que fomenta a economia da cidade trazendo prosperidade para a região”, relata o coordenador de Patrimônio Material e Imaterial do Município da Secretaria Adjunta de Cultura e Juventude, Djalma Santos, que também é curador da mostra.
Fatos narrados por meio dos jornais que circulavam à época da chegada dessa cultivar a Rondonópolis remetem o visitante a um período em que a cidade ainda era bem jovem e rural, quando floresceu, em seus arredores, uma das principais lavouras da região. Peças de tecidos fabricados com a fibra, como as que, além das de algodão puro, são feitas pela mistura dessa matéria-prima com poliéster ou com elastano, por exemplo, formam um painel representativo dos produtos têxteis gerados a partir da pluma.

“No periódico O Estado de Mato Grosso lemos a manchete ‘Rondonópolis alcançou o primeiro lugar na produção do algodão’ que diz tudo sobre os acontecimentos nesse intervalo histórico. Também reforçam o potencial da agricultura com base nesse plantio os jornais Correio do Leste e Tribuna do Leste, disponíveis aos cidadãos rondonopolitanos naquele tempo e que revelam o cotidiano da cidade nessa época. Reproduzimos esses tabloide em grandes painéis para o público conhecê-los ou relembrá-los. Eles fazem parte do acervo do museu e são verdadeiras relíquias que guardamos com o cuidado especial que merece um objeto impregnado da memória de nossa sociedade”, assinala o curador.
Enquanto o visitante passeia pelo evento, são exibidos vídeos com filmagens da trajetória da cidade quando se tornou a rainha do algodão. “Nossa intenção foi prestar um tributo no mês de aniversário de Rondonópolis com um material jornalístico que destaca a mudança de rumos que a semeadura dessa cultura gerou no nosso município”, declara Djalma.
Com portas abertas das 8h às 18h, o Museu Rosa Bororo encontra-se no Centro, na esquina entre a Rua Arnaldo Estevão de Figueiredo e a Avenida Cuiabá, em frente a Praça Brasil.