eleições 2014

A pouco mais de duas semanas da eleição, Justiça alerta para riscos de venda de votos

Para a magistrada, o eleitor deve fiscalizar a postura dos candidatos e não aceitar dinheiro em troca do seu voto

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19 de Setembro de 2014, 06h00

A pouco mais de duas semanas da eleição, Justiça alerta para riscos de venda de votos
A pouco mais de duas semanas da eleição, Justiça alerta para riscos de venda de votos

Faltando pouco mais de duas semanas para o pleito eleitoral deste ano, a juíza Maria Mazarelo, da 10ª Zona Eleitoral, afirmou em entrevista ao site GazetaMT que todos os preparativos para o dia da eleição estão adiantados e alertou candidatos e coligações a não usarem materiais com medida fora do estabelecido pela Justiça Eleitoral. Para a magistrada, o eleitor deve fiscalizar a postura dos candidatos e não aceitar dinheiro em troca do seu voto.

'A lei pune quem compra o voto, mas também pune quem vende o voto. Por conta dessa venda de voto, essa pessoa vai ter registro criminal e terá problemas', disse a juíza Maria Mazarelo - Foto GazetaMT"Todo o trabalho de registro e julgamento de pedidos de impugnação de candidaturas é feita pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em Cuiabá. Para nós, a Justiça Eleitoral disponibiliza todo o aparato necessário e nos cabe a fiscalização de irregularidades e descumprimentos das normas que regem as candidaturas. Com relação aos preparativos para o dia da eleição, está tudo dentro do cronograma, sem atraso, pelo contrário, está tudo sendo feito com antecedência e nós contamos aqui com um pessoal experiente, o que facilita muito nosso trabalho", disse.

Segundo ela, todo o trabalho de preparação dos locais de votação já foram feitos, os mesários que trabalharão no dia da eleição já foram treinados e na próxima semana deve ocorrer a cerimônia de carga e lacre das urnas eletrônicas que serão usadas no dia da eleição. "Já no dia 25 setembro vamos começar a entregar todo o material de votação aos presidentes de mesas receptoras e estamos fazendo tudo com muita antecedência, exatamente para deixar fluir naturalmente o processo no dia da eleição, que é o dia do eleitor", completou.

Ainda segundo Maria Mazarelo, as principais infrações cometidas pelos candidatos e coligações tem sido a afixação de material de campanha com medidas irregulares, maiores que a permitida pela Justiça Eleitoral, e a propaganda afixada em locais proibidos, como placas de trânsito e em padrões de energia, tapando a visão e impedindo a leitura do instrumento. "Nesses casos, nós documentamos tudo e notificamos os partidos ou coligações, que tem que retirar imediatamente a propaganda, para evitar punições", informou.

Ela ainda aproveitou para convocar a sociedade para atuarem como fiscais do processo eleitoral. "A sociedade não pode tolerar que o candidato não cumpra com a lei, que suje a sua cidade. Nós queremos convocar a todos para fiscalizarem e denunciarem propaganda irregular e não permitir o derramamento de material nas ruas, pois o candidato que não respeita sua cidade, que suja sua cidade, não merece o voto do povo", disparou.

Compra de votos

A juíza também lembrou aos candidatos para a proibição da troca de favores por votos e alertou aos eleitores para as punições previstas em lei para aqueles que forem flagrados vendendo o seu voto.

"Sobre a compra de voto, só tenho a dizer aos candidatos que a Justiça tem punido severamente os políticos que têm essa prática nociva para o pleito eleitoral. Se alguém conseguir comprovar isso, deve denunciar Ministério Público Eleitoral e o aliciado que pense bem antes de aceitar esse dinheiro, não se deixe levar pelo imediatismo, pois a lei pune quem compra o voto, mas também pune quem vende o voto. Por conta dessa venda de voto, essa pessoa vai ter registro criminal e terá problemas para assumir concursos, para tirar passaporte. Enfim, esse cidadão deixa de ter um nome limpo", concluiu.