CAÇULA
Assembleia acompanhou todo o processo de formação do município mais novo do país
Localizado a 360 km de Cuiabá, Boa Esperança do Norte foi criado em 2000, mas só ano passado teve sua emancipação reconhecida
02 de Outubro de 2024, 06h17
Cerca de 25 anos separam a criação do município de Boa Esperança do Norte (a 360 km de Cuiabá-MT) e sua efetiva emancipação, que será concretizada em janeiro de 2025, após a primeira eleição municipal, realizada no próximo domingo, 6 de outubro. Esse hiato, entre a criação e a instituição de fato, se deu porque a administração de Nova Ubiratã, município que compõe 80% do território de Boa Esperança do Norte, questionou na Justiça a Lei 7.264/2000, proposta pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e sancionada em 29 de março de 2000. Em outubro do ano passado, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu a ação e reconheceu o mais novo município brasileiro.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Boa Esperança do Norte possui 3.243 eleitores aptos a escolher os representantes municipais que irão gerir a implantação de toda estrutura administrativa, como prefeito, vice-prefeito e nove vereadores.
A juíza eleitoral Emanuelle Navarro Mano, da Zona Eleitoral 43, responsável pelas eleições no novo município, explicou que todos os eleitores que votavam no território do município já tiveram o título alterado. “Porém, nesta eleição, serão aceitos os títulos de Sorriso, Nova Ubiratã, para garantir o acesso dos eleitores”.
Segundo a Emanuelle Navarro, a emancipação de Boa Esperança era aguardada há mais de 20 anos pela população. “Hoje a estrutura administrativa é fornecida pelo município de Sorriso, que fica a 140 km de distância, então só por conta disso a gente já pode imaginar que deixa um pouco de desejar. Os cidadãos estão ansiosos por essa eleição, justamente para que pessoas que ali residem, que sabem bem sobre os problemas da região assumam cargos não só políticos, mas também dentro do Poder Legislativo e do Poder Executivo. São assessores de vereadores, secretários municipais das diversas pastas, toda uma estrutura para atender essa população”.
Mas até a sua emancipação, Boa Esperança do Norte já consolidou outros processos, como financeiro e de infraestrutura. A Assembleia Legislativa vem atuando, há anos, na promoção de políticas públicas que garantissem que a população local tivesse acesso a serviços. A primeira indicação da Assembleia para o município é de 2012, quando o então deputado estadual José Domingos Fraga indicou à Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) a necessidade da construção de uma ponte de concreto para ligar o município de Santa Rita do Trivelato aos municípios de Boa Esperança do Norte e Sorriso.
De lá para cá, somam 20 iniciativas do Parlamento em favor do município. A mais recente foi uma indicação, do deputado Valdir Barranco (PT), de reforço na fiscalização e conscientização sobre a dengue.
De acordo com a juíza Emanuelle Navarro, Boa Esperança do Norte já possui uma estrutura financeira, eles já têm uma estrutura social e falta realmente a estrutura administrativa para fomentar ainda mais o desenvolvimento daquela região. “Boa Esperança do Norte é um município que já nasceu rico. E então a responsabilidade é maior porque esse dinheiro que agora vai passar a ser gerido pelos moradores do novo município, pelos seus representantes, que tenham bastante seriedade, bastante organização, bastante senso de futuro para que o município possa prosperar ainda mais”.
A primeira eleição municipal de Boa Esperança do Norte ocorre no próximo domingo (6), em três locais de votação e um total de 12 seções eleitorais. Ao todo, serão dois candidatos a prefeito e 45 concorrem às nove vagas na Câmara de Vereadores.