ENTREVISTA

Pré-candidato, Ibrahim Zaher projeta disputa municipal e defende “oxigenação” política

De volta à vida pública, indicado do PSB à Prefeitura de Rondonópolis conversou com o GazetaMT

por Robson Morais - De Rondonópolis

20 de Fevereiro de 2020, 14h45

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Divulgação

Pré-candidato oficializado pelo PSB à Prefeitura de Rondonópolis, o ex-vereador Ibrahim Zaher retorna à vida pública após um hiato que durou três anos e meio. Por motivos de saúde, o então parlamentar deixou de lado as funções junto ao Poder Legislativo em 2016. Nunca, porém, abandonou o interesse pela política. Retorna agora, em 2020, como nome forte na corrida ao Executivo Municipal.

Ibrahim concedeu uma entrevista exclusiva ao GazetaMT. Um bate-papo político que saiu do campo das promessas e ampliou os horizontes sobre o possível cenário local na disputa às urnas. “Acho muito difícil que Rondonópolis tenha menos de quatro candidatos a prefeito neste ano”, calcula. Enquanto não se define como candidato, diz buscar a conciliação junto a partidos de outros possíveis nomes concorrentes ao pleito. “É o momento de tentarmos uma unidade, entrar num consenso junto aos grupos e população sobre um nome que represente bem e atenda das demandas da nossa cidade”.

A entrevista foi registrada na íntegra em vídeo (veja abaixo). Os principais trechos transcritos seguem nos parágrafos a seguir. Da desistência de reeleição à Câmara no último pleito municipal à ideia de gestão oxigenada e reaproximação do Poder Público municipal às instâncias estadual e federal. “Rondonópolis tomou muito prejuízo nos últimos anos por conta do isolamento político, perfil da atual gestão. É preciso dialogar”.

Empresário, Ibrahim sai em defesa de um novo debate junto ao Governo do Estado sobre as recentes mudanças no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Mato Grosso. “Essa mudança também me atingiu, tenho produtos que hoje estão com taxação elevada em ate 25%. Mato Grosso tem uma carga muito pesada e o Governo do Estado tinha que buscar aumentar a arrecadação sem elevar os impostos. Aumentar por meio de fiscalização, gestão e transparência. Dentro do município, o agente político tem que buscar sentar com o Estado. Problema que vimos tempos atrás é que quando se pesa na tributação se aumenta a probabilidade de sonegação. Isso já ocorreu em determinados setores. As pessoas buscam maneira de sobreviver e fugir da carga tributária, derrubando a arrecadação do Estado”.

Foto: Messias Filho / GazetaMT

Pré-candidatura

Ibrahim surge como possibilidade de candidato frente a um grupo que possui, atualmente, ao menos outros três nomes. Entre eles, dois se destacam: o atual deputado estadual Thiago Silva e a ex-secretária municipal de Educação Ana Carla Muniz. “Nessa eleição de 2020, até pelas mudanças na legislação eleitoral, está todo mundo sem saber como vai ser. Recebi o convite do deputado estadual Max Russi (presidente do PSB/MT) para me filiar ainda no ano passado. Vinha conversando desde então com amigos da política Thiago Silva (deputado estadual), Thiago Muniz (vereador), Roni Magnani (vereador) no intuito de construirmos um nome que representasse algo novo, ideias novas, bandeiras novas. Diante deste cenário e aceitei o convite para a pré-candidatura”.

O PSB segue buscando formar um bloco nas eleições municipais com partidos também de peso, como o MDB, DEM, PDT, PSDB e Pros. Siglas que já sinalizaram pré-candidatos a prefeito em 2020. “Todo mundo tem que buscar seu espaço. Ainda estamos em fase de amadurecer o projeto junto à população. Sobre os demais nomes, o Thiago Silva, por exemplo, é um nome com potencial político muito forte, tem feito um bom trabalho na Assembleia Legislativa, não à toa este merecido reconhecimento. Quem quer que seja o nome definido pelo grupo, Rondonópolis estará bem representada. O que não queremos é vaidade, precisamos de união para fortalecer o grupo. Neste momento, estamos em harmonia”, diz o pré-candidato. De consenso, afirma, o perfil do possível candidato. “Tem que ter um jeito novo, de preferência que ainda não tenha sido prefeito. Eu acredito na importância da oxigenação”.  

30%

Tradicionalmente, o atual prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (SD), concorrente certo à reeleição, possui pelo menos 30% das intenções de voto a cada eleição municipal disputada. Números que precisam ser analisados ante a possibilidade de votos fragmentados entre quatro ou mais candidatos a prefeito. “Rondonópolis sai prejudicado por não ter segundo turno. Na última eleição municipal o prefeito foi eleito sem ter a maioria dos votos. Quem está na máquina, claro, leva vantagem. Mas isso não significa reeleição garantida. Caberá espaço para todo mundo colocar seus projetos à mesa” continua Zaher.  “Acho muito difícil que Rondonópolis não tenha entre 4 e 5 candidatos neste ano”, completa.

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