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O que o Carnaval tem a ver com depressão?

por Robson Morais

21 de Fevereiro de 2020, 10h21

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Divulgação

O feriado de Carnaval, apesar de ser ansiosamente aguardada pelos foliões, traz alguns gatilhos que podem piorar a saúde emocional de qualquer um, principalmente quem já está passando por dificuldades.

Excessos

Todos esquecem as regras, mesmo quem é controlado nessa época pode abusar mais do álcool e fazer uso de drogas ilícitas, ambos com prejuízos reais à saúde. O Álcool já é conhecido por piorar a Depressão, seja durante seu efeito ou no dia seguinte, a “ressaca moral” após o consumo excessivo pode ocorrer com sérios pensamentos depressivos.

As drogas ilícitas têm potencial de desencadear crises de ansiedade e pânico, mesmo que a pessoa nunca tenho passado por um quadro assim.

Multidão

Os blocos de rua e festas em clubes estão sempre lotados e multidões podem ser bastante claustrofóbicas. A sensação de sufocamento pode desencadear crises graves de pânico, como nem todos os locais possuem atendimento médico ou do corpo de bombeiros a pessoa pode se ver realmente sem saída.

A dica nesse caso é já se antecipar e procurar locais seguros mais vazios combine com seus amigos onde se encontrar caso alguém passe mal e precise tomar um ar.

Sono

Seja pela festa ou pelo barulho causado por elas, nem todo mundo dorme bem nessa época.

A privação de sono por mais de um dia seguido altera todo o relógio biológico do nosso corpo, cansaço, humor irritado ou deprimido podem aparecer nos dias seguintes.

É possível festar de dia, se programe para não emendar dois eventos noturnos em dias consecutivos, quem está descansando aproveita melhor.

Respeito

 “Não é Não”, a campanha para respeitar mulheres nos blocos de Carnaval já está por aí, que tal respeitar também quem não está no clima da festa?

A pessoa com Depressão tem dificuldade de se conectar com outras, não consegue se divertir com tanta facilidade, mesmo que faça muito esforço, não adianta insistir e levar quem está sofrendo a força para um evento. A angústia de estar “decepcionando” os amigos e familiares deve só piorar a situação.

Deixe quem quer curtir em casa, em retiro espiritual, ou assistindo televisão e séries,  ter seu espaço. Respeito é a melhor manifestação de empatia.

*Manoel Vicente de Barros é Médico Psiquiatra em Cuiabá e atua no tratamento de Depressão e Ansiedade, CRM 8273, RQE 4866.