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Justiça defere pedido de recuperação judicial do Grupo Braki

Com dívidas de R$ 54 milhões, grupo Bakri atua há quase três décadas com agropecuária, nutrição animal e transporte

por Da redação

21 de Março de 2023, 13h30

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Divulgação

O juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, da 4ª Vara Cível de Rondonópolis deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo Braki, com passivo de aproximadamente R$ 54 milhões. Com atuação no município de Vila Rica há quase três décadas, o grupo de propriedade do casal Lenira e Isaías Momo é um aglomerado de empresas que atuam no ramo da agropecuária, nutrição animal e transportes. 

 

O magistrado pontua que o pedido de recuperação judicial preenche os requisitos legais, de acordo com documentação exigida pela Lei de Recuperação Judicial. “Por todo o exposto, emergem fortes indícios acerca do efetivo comprometimento dos requerentes e do interesse dos mesmos na preservação da integridade de seus negócios”, diz trecho da decisão. 

 

“Não é demais destacar que a recuperação judicial é instrumento legal destinado à superação da crise econômica da atividade empresarial sustentável, norteada pelo princípio maioral da preservação da empresa economicamente viável, onde o valor primordial a que se deve dar guarida é o interesse da ordem econômica geral, sobreposto aos interesses particulares do próprio empresário ou de seus credores” completou o juiz. 

 

De acordo com o advogado Allison Sousa, do Grupo ERS, responsável pela recuperação do Grupo Bakri, o custo de produção ficou inviável para realização das atividades das empresas, criando um ambiente de endividamento.  

 

“Além dos fatores climáticos, que afetaram diretamente a produção e a qualidade dos produtos, a alta dos insumos e a taxa de juros contribuíram para o agravamento da crise e afetaram a capacidade de pagamento da empresa. Neste cenário, a recuperação judicial é o melhor caminho para preservarmos os negócios e os empregos gerados pelo Grupo Bakri, além de possibilitar a quitação de seus débitos com seus credores”, afirmou. 

 

Histórico e crise 

O casal Isaías e Lenira Momo abriram sua primeira loja em 1996. Anos depois, com o conhecimento adquirido, decidiram se tornar produtores e arrendaram suas primeiras terras, a “3 Corações” com cerca de 200 hectares, no município de Vila Rica, e a fazenda Tubiatã, em Confresa, com cerca de 600 hectares.  

 

Em 2006, seguindo os demais produtores da região, decidiram encerrar, momentaneamente, as atividades de lavoura e entregar a área arrendada. 

 

Já em 2014, a Casa do Produtor se transformou na empresa atualmente conhecida como Braki Nutrição Animal, cuja atividade é a produção de ração animal para atendimento da região do Vale do Araguaia e Sul do Pará.  

 

A crise começou a se agravar em 2020, quando o Grupo foi surpreendido pela notícia de que o arrendante da Fazenda Portal da Amazônia, não possuía direitos sobre a terra, e foram obrigados abandonar 600 hectares de terra com o cultivo de milho, o que gerou prejuízo de aproximadamente R$ 6 milhões na época.  

O início da pandemia, que diminuiu drasticamente a movimentação das empresas, a alta dos insumos para produção e a alta taxa de juros contribuíram para o agravamento da crise econômico-financeira do Grupo Braki, levando ao pedido de recuperação judicial.