VÁRZEA GRANDE

"Desaparecida" e amante serão indiciados por falsa comunicação de sequestro

As investigações apontaram que ambos são amantes e montaram versão fictícia de um sequestro

por Redação com assessoria PJC/MT

22 de Outubro de 2018, 13h53

"Desaparecida" e amante serão indiciados por falsa comunicação de sequestro
"Desaparecida" e amante serão indiciados por falsa comunicação de sequestro

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil, realizou a autuação, nessa segunda-feira (22), de uma mulher e um homem por falsa comunicação de crime. As investigações apontaram que ambos são amantes e montaram versão fictícia de um sequestro que teria ocorrido no município de Várzea Grande (MT).

O caso

Familiares de uma mulher de 28 anos notificaram o desaparecimento dele, na quinta-feira (18), relatando que a última vez que havia sido vista foi na noite de quarta-feira (17), quando teria afirmado para o marido que iria ao shopping de Várzea Grande para participar de um curso na área de estética e beleza. Desde a comunicação do fato, a Polícia Civil empreendeu diligências com a objetivo de localizar a mulher.

Parentes da jovem chegaram a receber telefonema no dia seguinte ao desaparecimento, onde um homem se identificou como sequestrador. O indivíduo teria passado instruções para que a polícia não fosse comunicada de nada, caso contrário ela morreria.

Durante todo o final de semana, a GCCO efetuou diversos deslocamentos e oitivas buscando a localização da mulher supostamente sequestrada. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) efetuou trabalho pericial no carro da jovem, encontrado abandonado próximo à Avenida Fernando Correa, na Capital.

Na noite de domingo (21), a moça apareceu em via pública de Várzea Grande, e pediu acionamento da Polícia Militar. Ela relatou ter sido rendida por três criminosos armados que a obrigaram a seguir com eles em outro automóvel, sendo mantida trancada no quarto de uma residência durante quatro dias. Segundo relato da mulher, os supostos criminosos a teriam abandonado apenas no domingo, na Rodovia dos Imigrantes.

Contradizendo os relatos da jovem, testemunhas afirmaram tê-la visto com aparência tranquila e tomando cerveja em uma lanchonete, em horário posterior ao desaparecimento/suposto sequestro, acompanhada de um homem.

Confissão

Em depoimento na delegacia, a mulher confessou que estava durante os quatro dias em companhia de um homem, que conheceu por uma rede social há aproximadamente um mês. Declarou que na noite de quarta-feira (17) teria ingerido muita bebida alcoólica, fazendo com que perdesse o horário de voltar para casa, de modo a não levantar suspeitas do marido.

No dia seguinte aos fatos, ela declarou ter tido a ideia de montar um falso sequestro para justificar sua ausência. A mulher (que é casada e mãe de duas crianças) e homem foram, em seguida, para uma propriedade rural em Mimoso, onde permaneceram até a tarde de sábado (20). Ela admitiu que comprou um chip para que fosse feito contato com a família se passando por sequestrador. A ligação foi efetuada pelo amante.

A mulher também detalhou que rasgou a própria roupa antes de pedir a terceiro para que acionasse a Polícia Militar no domingo (21).

De acordo com o delegado titular da GCCO, Diogo Santana, tanto a mulher quanto o amante vão responder criminalmente por falsa comunicação de crime. "Ambos serão indiciados em razão da gravidade de se mobilizar as forças de Segurança Pública (Polícia Militar, Politec e Polícia Civil), com uma narrativa absolutamente falsa e irresponsável".