DENÚNCIA

Falsos médicos reutilizavam seringas e deixavam de alimentar pacientes internados na UTI em Hospital Regional

Segundo as investigações do MP, um paciente chegou a ficar três dias sem receber comida.

por Redação

22 de Novembro de 2021, 19h27

Foto: Prefeitura de Campo Limpo Paulista/ Divulgação
Foto: Prefeitura de Campo Limpo Paulista/ Divulgação

Três falsos médicos foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por atuarem ilegalmente, no Hospital Regional da cidade de Água Boa-MT. O trio não tinha autorização para atuação e se apresentavam como estagiários de medicina. 

Além disso, outros dois médicos foram denunciados. Eles são donos da empresa contratada para administrar os leitos de UTI. 

Conforme a denúncia, o Ministério Público afirma que as investigações mostraram que os falsos médicos faziam a reutilização de materiais descartáveis como seringas, agulhas, frascos utilizados para as dietas e frascos de soro, com a finalidade de poupar gastos com estes materiais. 

Os falsos médicos estavam expondo a perigo a vida e a saúde dos pacientes, uma vez que tal conduta acarretava grande risco de infecções bacterianas, argumenta o MP. 

Eles também usaram o carimbo de um médico e falsificavam a assinatura dele, com o consentimento do profissional. 

Com a assinatura falsa e o carimbo, os "estagiários", que na verdade eram falsos médicos, conseguiram receitar remédios e até mesmo alterar dosagens utilizadas em tratamento. 

Ainda segundo a denúncia, os donos da empresa que administrava a UTI expuseram a vida e a saúde de pessoas sob sua autoridade ou guarda, para fim de tratamento.

As investigações identificaram que os pacientes foram privados de alimentação. Segundo as investigações do MP, um paciente chegou a ficar três dias sem receber comida. 

O MP diz ainda que eles substituíram os medicamentos de primeira linha por outros medicamentos que não surtiam a mesma eficácia de sedação, expondo assim a perigo a vida e a saúde dos pacientes, causando-lhes sofrimento no tratamento. 

A UTI está entre as credenciadas pelo governo para receber pacientes com Covid-19. 

Entre as testemunhas do processo estão 12 servidores da saúde, entre eles, médicos, enfermeiros e nutricionistas.