Plantando Esperança

Projeto inédito para recuperação de dependentes em Rondonópolis tem apoio de multinacional

Cargill vai investir R$ 100 mil reais para implantação de horta modelo; projeto será desenvolvido na Casa Esperança com vários parceiros

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22 de Maio de 2014, 09h18

Projeto inédito para recuperação de dependentes em Rondonópolis tem apoio de multinacional
Projeto inédito para recuperação de dependentes em Rondonópolis tem apoio de multinacional

Ricardo Suguiura, da Cargill, destacou abrangência do projetoOs consumidores de Rondonópolis poderão em pouco tempo comprar alimentos mais saudáveis e ainda colaborar com a recuperação e reinserção social de pessoas dependentes de álcool e drogas, a maioria delas retiradas das ruas do próprio município. É o que prevê o projeto 'Plantando Esperança', lançado ontem (21) numa parceria que reúne empresas privadas, entidades de classe, voluntários e a Casa Esperança - entidade que há 15 anos oferece a assistência gratuita às pessoas marginalizadas, que vivem nas ruas.

O projeto está orçado em R$ 100 mil reais e será custeado pela multinacional Cargill. O dinheiro será usado na implantação de reservatório de água, estufa, sistemas de irrigação e financiará durante um ano o cultivo de uma olerícola numa área de dois hectares. O cultivo será feito pelos próprios residentes que recebem tratamento na Unidade 2 da Casa Esperança, localizada na margem da MT-270, logo depois da Vila Paulista. Eles receberão orientações de profissionais da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Rondonópolis (Aeagro) e serão acompanhados por estagiários do curso de Agronomia da faculdade Anhanguera.

Parte da produção será usada na alimentação dos próprios residentes e funcionários da Casa Esperança. O excedente será comercializado no Supermercado Big Master. Toda a renda será revertida para custear as ações e a ampliação da entidade.

"O projeto foi sugerido pelos nossos funcionários aqui em Rondonópolis e selecionado entre dezenas de outros enviados pelas nossas unidades em todo o país. Ele chamou a atenção pelo encadeamento de soluções, com impactos terapêuticos, sociais, ambientais e econômicos. Para nós é uma honra participar de algo tão importante", disse o gerente da unidade de algodão da Cargill no Brasil, Ricardo Nepomuceno Suguiura.

O executivo veio de São Paulo acompanhado de outros representantes da multinacional e também da Fundação Cargill, que incentiva projetos sociais dentro e fora do país. Ricardo Suguiura visitou as instalações da Casa Esperança, conversou com jornalistas, funcionários e também residentes. "Fizemos um levantamento prévio completo da entidade, mesmo assim fiquei surpreso com as instalações e a qualidade do serviço prestado aqui. Estou emocionado e espero voltar mais vezes", disse ele ao final da visita.

Saúde e Renda
O trabalho na horta fará parte das atividades terapêuticas desenvolvidas com os 38 residentes que atualmente recebem tratamento nesta unidade da Casa Esperança. O médico César Balduíno, coordenador da equipe de Saúde da entidade, explica que a atividade laboral contribui na recuperação da confiança e autoestima.

Participantes plantaram árvores para simbolizar parceria com a Casa Esperança"O paciente se sente útil, vê o resultado de seu trabalho e percebe que é capaz de produzir e colaborar com os demais. Já temos uma pequena horta e desenvolvemos outras atividades, mas este projeto vai ampliar o alcance e abrirá novas possibilidades", comemora Balduíno.

Além dos ganhos para a própria saúde, os residentes também poderão contribuir com a saúde dos consumidores e ainda ganhar uma nova profissão. Sairão de lá aptos a trabalhar em qualquer horta, dominando a técnica de produzir quase sem utilizar produtos químicos.

"Inicialmente vamos trabalhar com hortaliças de cultivo mais simples e usando apenas produtos químicos essenciais. No futuro queremos ampliar a variedade de produtos, oferecendo alimentos certificados na origem e 100% orgânicos", explicou o engenheiro agrônomo José Mauro Ribamar, diretor do Curso de Agronomia da Faculdade Anhanguera.

O projeto começará produzindo pepino, abóbora cabotiá, giló, alface, rúcula, cenoura, cheiro-verde e milho verde. O excedente será comercializado em gôndolas especiais, identificadas com a marca do projeto 'Plantando Esperança'.

"Vamos dar visibilidade para que os rondonopolitanos saibam que ao adquirir esses produtos está comprando algo com qualidade e contribuindo para melhorar nossa cidade", antecipou o gerente do supermercado Big Master, Moacir Norberto.

A presidente da Casa Esperança, Abadia Rosa de Miranda, também comemorou o lançamento do novo projeto. Ela destacou a importância das parcerias e a confiança demonstrada pelo Grupo Cargill. "Acho que é um orgulho para nós e para toda cidade de Rondonópolis", declarou.

 

(com informações da Assessoria)