OUTUBRO ROSA
Novas leis reforçam os direitos das mulheres com câncer de mama
Além das novas legislações, as mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm uma série de direitos já estabelecidos, que podem aliviar parte da carga financeira e emocional durante o tratamento:
24 de Outubro de 2024, 07h31
Durante o Outubro Rosa, campanha dedicada à conscientização e prevenção do câncer de mama, o debate sobre os direitos das mulheres que enfrentam essa doença ganha ainda mais relevância. Em 2023, duas importantes alterações legislativas trouxeram avanços significativos para o tratamento e o cuidado das pacientes: a Lei nº 14.758, de 19 de dezembro de 2023, e a Lei nº 14.538, de 31 de março de 2023.
A Lei nº 14.758 institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). A especialista Bruna Gabrielle Tavares explica que entre suas principais mudanças está a ampliação do uso da telessaúde para o diagnóstico e acompanhamento de pacientes em caso de demora na marcação de consultas. “A lei também estabelece diretrizes para cuidados paliativos de qualidade, consolidando práticas para garantir um tratamento digno e livre de sofrimento desnecessário”, afirma.
Outro ponto importante é a criação de um banco de dados para análise de casos suspeitos e confirmados de câncer, além de instituir o Programa Nacional de Navegação da Pessoa com Diagnóstico de Câncer, que visa orientar e acompanhar pacientes em sua jornada de tratamento.
“Já a Lei nº 14.538, de 31 de março de 2023, assegura às mulheres que passaram por reconstrução mamária o direito à substituição de implantes em caso de complicações ou efeitos adversos, além de oferecer acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado. Essas alterações são grandes conquistas para as pacientes, garantindo que elas tenham acesso a um tratamento mais humanizado e completo,” afirma Bruna, advogada do Instituto Mario Cardi Filho, instituição que oferece advocacia pro bono para pessoas de baixa renda com câncer.
MAIS DIREITOS - Além das novas legislações, as mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm uma série de direitos já estabelecidos, que podem aliviar parte da carga financeira e emocional durante o tratamento:
1. Auxílio-doença: Pacientes impossibilitadas de trabalhar temporariamente podem solicitar o auxílio-doença, sem a necessidade de 12 contribuições, desde que estejam seguradas pelo INSS.
2. Saque do FGTS: As mulheres em tratamento têm o direito de sacar integralmente o saldo do FGTS para auxiliar nos custos do tratamento.
3. Acesso aos Medicamentos: A Constituição Federal assegura o direito à saúde e ao acesso a todos os medicamentos necessários para o tratamento, tanto pelo SUS quanto pelos planos de saúde.
4. Aposentadoria por Invalidez: Mulheres que, devido ao câncer, sejam consideradas permanentemente incapazes de trabalhar podem solicitar a aposentadoria por invalidez.
5. Reconstrução Mamária: Pacientes que passaram pela mastectomia têm direito à cirurgia de reconstrução mamária, coberta pelo SUS ou pelos planos de saúde.
6. Exames Preventivos: A legislação trabalhista (CLT) permite que a mulher se ausente do trabalho até três vezes ao ano, sem prejuízo do salário, para a realização de exames preventivos de câncer.
“É fundamental que as mulheres conheçam e lutem por seus direitos. A informação pode fazer toda a diferença em momentos tão delicados,” reforça Bruna Gabrielle Tavares.
O impacto do câncer de mama no Brasil - De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar até o final deste ano de 2024, 73.610 novos casos de câncer de mama. Para o triênio 2023-2025, o INCA estima que o país terá 704 mil novos casos de câncer. No Brasil, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres em todas as regiões, com as maiores taxas de incidência nas regiões Sul e Sudeste. Em Mato Grosso, o INCA estima que o câncer de mama feminina representa 55,40% dos principais tipos de câncer no estado. O Ministério da Saúde oferece atendimento integral e gratuito aos pacientes com câncer.
“Neste Outubro Rosa, além da prevenção, é necessário garantir que todas as mulheres tenham o suporte e o cuidado de que necessitam, tanto em termos de saúde quanto em seus direitos. O Instituto Mario Cardi Filho se dedica a difundir essas informações, oferecendo orientação legal e apoio às pacientes”, completa a advogada.
Para outras informações, acesse: www.institutomariocardi.com.br e siga nas redes sociais @institutomariocardifilho.