INVESTIMENTOS DE 5 MI

SES apresenta projeto de implementação do Ambulatório Trans em MT

Nova unidade ambulatorial deve entrar em funcionamento no prazo de até 90 dias

por Da redação

24 de Março de 2023, 13h25

None
Divulgação

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) apresentou o projeto de implementação do Ambulatório Estadual do Processo Transexualizador a representantes da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. A apresentação ocorre após reunião de alinhamento entre gestores dos órgãos, que definiu a execução da iniciativa pela SES.

O Estado investirá aproximadamente R$ 5 milhões na implantação do Ambulatório Trans e o Governo Federal deve repassar R$ 10 mil para a manutenção mensal da unidade. Conforme estimativa apresentada pela Defensoria Pública, o atendimento será prestado a cerca de 550 usuários.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o ambulatório deve entrar em funcionamento no prazo de até 90 dias.

“O Sistema Único de Saúde (SUS) precisa acolher a população trans e dar suporte, ofertar o tratamento adequado com a atenção e dignidade que todos merecem. Em 90 dias iniciaremos os atendimentos”, disse.

O Ambulatório Estadual será referência em atendimento para todo o estado e ofertará atendimento multidisciplinar. A unidade contará com profissional clínico geral, endocrinologista, ginecologista, urologista, psiquiatra, psicólogo, enfermeiro e assistente social. Também será vinculada ao ambulatório a Farmácia Estadual, para a retirada dos componentes prescritos pelos médicos, e uma referência hospitalar para as demandas cirúrgicas.

Dentre as diretrizes do Ambulatório Trans, está o acesso e acolhimento digno e respeitoso, o combate ao preconceito institucional, a integralidade e o tratamento digno. “Estamos trabalhando para ofertar uma unidade totalmente pensada para atender as necessidades do público trans no âmbito da saúde”, disse a servidora da SES que apresentou o projeto, Alessandra Moraes.

A defensora pública Rosana Leite, coordenadora do Núcleo de Defesa das Mulheres de Cuiabá (Nudem), avaliou positivamente a iniciativa. “É uma lacuna que será suprida e que nos traz imensa felicidade pelo quanto atenderá, de fato, as pessoas que necessitam. Sem dúvidas, é um ganho imenso para os Direitos Humanos”, pontuou.

Vidas trans

Hadassa Luz, de 36 anos, é uma mulher trans e vive o processo de transição há 3 anos. Para ela, a iniciativa do Estado de centralizar os atendimentos em um ambulatório é muito benéfica.

“Tínhamos a ânsia pelo Ambulatório Trans, já pedimos, fomos a diversos lugares buscando esse atendimento e agora a SES trouxe essa proposta e eu creio que será muito benéfico para a nossa população. Vai atender milhares de pessoas que não têm sequer o conhecimento do que é necessário para iniciar a transição”, avaliou.

Já Ian Antony, de 25 anos, é um homem trans que vive o processo de transição há 7 anos e desde 2017 luta pela implementação do Ambulatório Trans em Mato Grosso.

“Essa é uma luta minha e dos demais rapazes há muito tempo, então eu fico muito contente que o Governo do Estado esteja finalmente nos atendendo. Isso pode preservar a vida de vários outros colegas, então é só felicidade”, finalizou.