EX-GOVERNADOR

Silval e ex-secretários viram réus por R$ 1,9 milhão em propina

Suspeita é que grupo empresarial pagou R$ 1,9 milhão em propina para receber incentivos fiscais

por Rafael Costa - De Cuiabá

27 de Janeiro de 2020, 15h08

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Divulgação

A juíza da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, recebeu denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e instaurou ação penal contra o ex-governador Silval Barbosa e o seu irmão e empresário Antônio Barbosa, conhecido como Toninho Barbosa pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Também viraram réus os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, o procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima, o empresário Milton Luís Bellincanta, proprietário das empresas Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos (Frialto) e Nortão Industrial de Alimentos.

A suspeita é que o grupo empresarial pagou até R$ 1,9 milhão em propina para receber incentivos fiscais. O esquema de corrupção se concretizou em 2014 e foi dissimulada através de um contrato de venda de gado. Inicialmente houve solicitação no valor de R$ 8 milhões.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Bellincanta dialogou com Silval no Palácio Paiaguás e relatou as dificuldades que enfrentava em relação à majoração da alíquota do ICMS para o segmento de frigoríficos.

Silval, por intermédio de Pedro Nadaf, Marcel de Cursi e Francisco Lima, promoveu uma engenharia tributária que reduziu a alíquota das empresas, concedendo o incentivo fiscal do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).

O irmão de Silval, Antonio Barbosa, por sua vez, foi responsável pela dissimulação e ocultação da origem e natureza dos pagamentos. De R$ 1,9 milhão em propina, R$ 1 milhão ficou com Silval; R$ 400 mil com Pedro Nadaf; R$ 300 mil com Francisco Lima e R$ 200 mil com Marcel de Cursi.  Bellincanta foi orientado a simulando comercialização de gado entre os envolvidos.