MATO GROSSO
Povo Haliti-Paresi realiza expedições de etnoturismo
Projeto propõe imersão cultural de uma semana em aldeias com exuberantes paisagens
28 de Junho de 2022, 13h27
Vivenciar por alguns dias o modo de vida de uma comunidade indígena, conhecer aldeias, cachoeiras, histórias míticas, lugares sagrados, jogos tradicionais e cenários deslumbrantes em uma das regiões com maior diversidade de paisagens do mundo. Esta é a proposta de etnoturismo do povo Haliti-Paresi (MT), que está se preparando para receber viajantes em expedições experimentais que visam estruturar o turismo de base comunitária nas terras indígenas.
Os interessados podem realizar a pré-inscrição no site do projeto, onde também há informações detalhadas sobre os dois roteiros disponíveis, bem como datas e valores. Cada roteiro prevê a experiência de uma semana nas Terras Indígenas Utiariti e Rio Formoso, sedes das associações Waymaré e Halitinã, nos municípios de Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra-MT – região entre Amazônia, Cerrado e as nascentes do Pantanal.
O etnoturismo é uma das diretrizes do Plano de Gestão Territorial e Ambiental Haliti-Paresi, publicado em 2019. As famílias viram no turismo uma oportunidade essencial de valorização da cultura tradicional e fonte de renda. “A importância é mostrar ao mahalitihyarenae (não indígena) que o indígena não é como ele pensa. É importante que conheça como somos, vivemos e pensamos”, explica Rony Walter Azoinayce, cacique da aldeia Wazare.
TURISMO DE IMERSÃO
Em algumas aldeias, o turismo já é uma realidade há anos. Porém, com a crescente procura por passeios nas cachoeiras, tornou-se necessário estruturar a atividade. A ideia é atingir um público que busca, para além dos atrativos naturais, uma imersão e permanência de mais tempo no território, daí a opção pelo turismo de base comunitária.
Trata-se de uma prática que colabora com a proteção do meio ambiente e com a melhoria de vida das pessoas e a economia do lugar onde é praticada. A principal atração turística, neste contexto, é a própria possibilidade de imersão no modo de vida da comunidade. Aliás, experiências de turismo indígena demonstram a indissociabilidade entre natureza e cultura, ou seja, entre eco e etnoturismo.
Neste sentido, os visitantes ficarão hospedados nas hati (casas tradicionais) ou em locais para acampamento. As refeições serão elaboradas com ingredientes locais, combinando receitas tradicionais e regionais. Haverá momentos para apresentar o modo de vida Haliti-Paresi por meio de exposições, conversas e atividades. Também estão previstas rodas de conversa de avaliação das vivências, para que todos possam compartilhar suas observações e sugestões.
Além dos anfitriões indígenas, também estará presente um facilitador, que irá acompanhar os visitantes durante toda a expedição. Ele auxiliará na mediação entre o grupo e as lideranças e costumes locais, além de dar dicas sobre a programação e ajudar na preparação das atividades.
Caso alguém queira levar uma lembrança material desta experiência, poderão ser adquiridas peças de artesanato, contribuindo com a geração de renda local. E as exuberantes artes plumárias e pinturas corporais, elementos fundamentais da cultura Haliti-Paresi, também poderão ser experimentadas pelos visitantes.
As aldeias têm energia elétrica, banheiros e estrutura de lazer e descanso. Não há sinal de celular, mas para emergências é possível utilizar a conexão wi-fi das escolas. As expedições experimentais são iniciativas no âmbito das ações estratégicas para a estruturação do turismo nas Terras Indígenas Haliti-Paresi, por meio da parceria com a The Nature Conservancy (TNC) e Operação Amazônia Nativa (OPAN) e com consultoria da ONG Garupa.
SERVIÇO
Site: https://turismohalitiparesi.co...
Inscrições: https://docs.google.com/forms/...
Data das expedições: 9 a 15 de setembro e 14 a 19 de setembro