Sobra descontrole, falta governança. Hoje (29), durante uma entrevista coletiva, o prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, novamente tentou transferir a responsabilidade da grave crise na Saúde municipal para o Estado, e, para isso, atacou a imprensa rondonopolitana.

Perguntado sobre a situação da ocupação dos leitos de UTI, investimentos e suas responsabilidades enquanto chefe do Poder Executivo deste município, o prefeito de Rondonópolis se negou a responder. O questionamento, feito por um repórter de uma emissora afiliada local, causou em Zé tom nada amistoso. "Não vou entrar nesse debate", finalizou um discurso nada republicano para um gestor municipal.

Em seguida, mais uma vez, a estratégia de Pátio foi transferir a culpa pelo colapso para o Governo do Estado. Para ele, insiste em afirmar, Rondonópolis sofre porque não tem apoio do governador Mauro Mendes e sua equipe. Este assunto já foi discutido aqui, em outra sessão de Buxixo.

Mais grave que a repetição do discurso, porém, foi o ataque à imprensa. Isto, sim, é novidade. Pátio se disse infeliz com os colegas jornalistas que estariam, segundo ele, sendo "bem subsidiados" para criticar apenas a gestão municipal sem mencionar o suposto abandono do Governo do Estado. Um absurdo baixo demais até mesmo para contumaz político. Jogo sujo.

O que o prefeito deu a entender é que a imprensa rondonopolitana barganha para elogiar ou criticar, que se vende. Trata-se de um insulto a quem ainda se dá ao trabalho de ouvir seus estapafúrdios argumentos em meio a esta grave crise. Aos colegas de imprensa, toda a solidariedade, respeito e admiração em vê-los, diariamente, dando espaço a este gestor, engolido seco seus devaneios. Esta coluna, há tempos, está cansada.

De volta à coletiva, ao não responder o questionamento, Pátio faltou com respeito com o profissional em questão, mas também com toda a classe e com o público que lhe assiste ou lê. Pátio desrespeitou, no fim, o cidadão que, por direito, deve sempre estar a par das situações que envolvam a Esfera pública municipal.

Ao longo da coletiva o prefeito se limitou a responder o que quis. Falou de obras, que comprou isso, que comprou aquilo. Estava acompanhado do senador Wellington Fagundes, vereadores e lideranças de bairro.