PANDEMIA DO CORONAVIRUS

Sáude em Várzea Grande entra em colapso com 100% de UTIs ocupadas; secretário crê em saldo negativo da pandemia

Além disso, há falta de medicamentos, profissionais da Saúde e leitos simples de enfermaria para assegurar pacientes ainda em estágio estável da doença

por Karollen Nadeska, de Cuiabá

29 de Junho de 2020, 07h29

None
Divulgação

O secretário de Saúde do município de Várzea Grande, Diógenes Marcondes, revelou na manhã desta segunda-feira (29), que a cidade já não tem mais nenhuma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponível para tratar pacientes do novo coronavirus (COVID-19).

De acordo com o gestor, na situação em que se encontra, já é possível crer que dificilmente o município saia da pandemia com um saldo positivo.

“Do jeito que está dificilmente Várzea Grande sai dessa pandemia com um saldo positivo”, disse durante entrevista à TV Centro América.

O gestor revelou que como não há mais meio de tratar o paciente infectado, a medida está sendo recorrer aos leitos de enfermaria. Mesmo assim, há um número insuficiente dos leitos de internação secundária, e faltam ainda medicamentos e profissionais da Saúde para dar conta dos atendimentos.

Marcondes explica que a Secretaria de Saúde Municipal já havia se preparado para uma situação de falta de medicamentos, com manutenção de contratos junto a empresas fornecedoras. Entretanto, devido ao aumento abusivo dos preços dos produtos, a prefeitura tem receio de realizar as compras justamente para não ter que responder futuramente na Justiça, por ato de improbidade administrativa. Em uma segunda justificativa, nem todas as distribuidoras possui estoque em grande volume para suprir as necessidades da região Centro-Oeste.

O secretário afirma que não somente o município de Várzea Grande passa por tais circunstancias, o Estado por si só não tem dado conta de providenciar leitos de UTIs para os municípios na situação de risco muito alto. Neste domingo (28), a fila de espera de pacientes, no anseio de uma vaga, era de 56, sendo que desse total 8 enfermos seriam moradores varzeagrandenses.

Questionado durante a entrevista, o secretário disse que solicitou junto a União a construção de um hospital de campanha na cidade, porém ainda não há um respaldo do Exército para Mato Grosso, tendo em vista que isto só seria possível se fosse autorizada a construção entre Governos Federal, Estadual e Municipais.

Para finalizar, o secretário anunciou que a estratégia adotada pelos hospitais, no âmbito municipal, será tratar os pacientes que aguardam na UPAs e Pronto Socorro, bem como reforçar a fiscalização para o cumprimento legal do isolamento social.