PISA 2019

Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura

por G1

03 de Dezembro de 2019, 06h52

Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura
Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura

O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (3) aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10 colocados na prova de matemática.

O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80.

Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo menos 65 participantes.

O que é o Pisa?

O Pisa é uma avaliação mundial feita em dezenas de países, com provas de leitura, matemática e ciência, além de educação financeira e um questionário com estudantes, professores, diretores e escolas e pais;

Ela é realizada a cada três anos – a mais recente foi aplicada em 2018 com uma amostra de 600 mil estudantes de 15 anos de 80 países diferentes. Juntos, eles representam cerca de 32 milhões de pessoas nessa idade;

A cada ano, uma das três disciplinas principais é o foco da avaliação – em 2018, o foco foi na leitura;

O Brasil participou de todas as edições do Pisa desde sua criação, em 2000, mas continua muito abaixo da pontuação de países desenvolvidos e da média de países da OCDE, considerada uma referência na qualidade de educação.

Tendência de estagnação

Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade pelo Brasil e demais países.

A OCDE concluiu que o Brasil mantém uma tendência de estagnação ao analisar os resultados de sete edições do Pisa em leitura, seis em matemática e cinco em ciências. Embora as notas médias tenham variado alguns pontos para cima e para baixo, no decorrer da última década essa variação não foi considerada estatisticamente relevante para ser considerada uma evolução de patamar.

Ampliação das matrículas sem queda

Apesar de se manter num patamar estável, a OCDE destacou que o Brasil foi um dos países que conseguiu aumentar consideravelmente o número de adolescentes de 15 anos matriculados na escola, sem que isso fizesse cair sua nota média no Pisa.

"Entre 2003 e 2018, Brasil, Indonésia, México, Turquia e Uruguai matricularam muito mais pessoas de 15 anos na educação secundária sem sacrificar a qualidade da educação oferecida", diz o relatório.

Atualmente, o patamar do Brasil deve ser comparável em leitura com a Bulgária, a Jordânia, a Malásia e a Colômbia. Em matemática, com a Argentina e a Indonésia. Já em ciências, os países que estão no mesmo grupo do Brasil no ranking mundial são Peru, Argentina, Bósnia e Herzegovina e a região de Baku, no Azerbaijão.

Regiões da China superam Singapura

Já no topo do ranking internacional, a China, embora não participe como um único país, mas sim apenas com regiões específicas, conseguiu liderar o ranking nas três provas. A região compreendendo Pequim-Xangai-Jiangsu-Guangdong (chamada de P-X-J-G pela OCDE) ficou nas primeiras colocações. Mas Macau e o território semiautônomo de Hong Kong conseguiram entrar no top 10 em todas as provas, e Taipei ficou entre os dez melhores em matemática e ciências.

Outras duas potências asiáticas, Coreia do Sul e Japão também figuram entre os melhores países do mundo no Pisa 2018. As demais posições são ocupadas por países eupeus e o Canadá.