QUASE R$ 20 MILHÕES GASTOS...

...e Rondonópolis não credenciou nenhuma UTI no Ministério da Saúde

Reportagem publicada pelo jornal local A Tribuna mostra que informação de 10 leitos de UTI na UPA não é verdadeira

por Robson Morais - De Rondonópolis

03 de Junho de 2020, 09h29

Foto: Messias Filho/GazetaMT
Foto: Messias Filho/GazetaMT

Reportagem publicada na edição desta quarta-feira (3) do jornal A Tribuna, de Rondonópolis, desmente a informação alardeada pela gestão pública municipal desde o início da pandemia do novo coronavírus. Mesmo o prefeito Zé Carlos do Pátio (SD) tendo anunciado que já investiu cerca de R$ 20 milhões no combate à Covid-19, a Prefeitura ainda não conseguiu credenciar nenhum leito de UTI para a Covid19 junto ao Ministério da Saúde.

Ocorre que os 10 leitos de UTI em funcionamento que a gestão Zé do Pátio disse possuir são, na verdade, leitos de suporte. Ou seja, não atendem a estrutura necessária nem equipamentos suficientes para que sejam considerados leitos completos de UTI. Não possuem estrutura médica especializada, centro cirúrgico, aparelhos e outras especificações que definem um serviço de UTI completo.

Sem o credenciamento, Rondonópolis periga perder recursos federais. Até este momento, o município não perdeu. Na última segunda-feira (1), o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, liberou R$ 36 milhões para unidades de saúde de sete municípios de Mato Grosso, que estariam com leitos de UTIs adulto e pediátrico habilitados para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19. Deste montante, para Rondonópolis seriam R$ 4,3 milhões, sendo R$ 1,4 milhão para cada uma das três unidades: Santa Casa, Regional Irmã Elza Geovanella e o novo hospital municipal de referência da Saúde da Família Antônio dos Santos Muniz, onde na verdade são leitos de suporte e não UTIs completas.

Quem salva é o Estado

Ainda conforme a publicação, assinada por Roberto Nunes, Rondonópolis tem apenas 20 leitos de UTIs públicas, sendo 10 já contratualizados pelo Estado na Santa Casa e mais 10 também do Estado no Hospital Regional. Além disso, o governo estadual está com o diálogo aberto para contratar mais dez leitos na Santa Casa, porém o hospital quer garantias formais de contratualização do serviço.