NÚMEROS ALARMANTES

Cattani cria Comissão Especial de Defesa da Mulher com foco no combate ao feminicídio em MT

Em 2024, foram 47 mortes confirmadas e, em 2025, até agosto, já são 36 registros, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado.

por Da Redação

03 de Setembro de 2025, 13h56

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Divulgação

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou nesta quarta-feira (3) a criação da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Mulher. A proposta, apresentada pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), tem objetivo analisar de debater e propor medidas de proteção, valorização e defesa das mulheres no estado, com foco na redução dos casos de feminicídio.

O parlamentar justificou a necessidade da comissão diante dos índices alarmantes de violência contra às mulheres em Mato Grosso. Em 2023, o estado registrou 46 feminicídios, a maior taxa do país, com 2,5 casos por 100 mil mulheres. Em 2024, foram 47 mortes confirmadas e, em 2025, até agosto, já são 36 registros, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o requerimento aprovado, a Comissão Especial deverá atuar de forma emergencial e dedicada, realizando mapeamento detalhado dos feminicídios, promovendo a mobilização de órgãos públicos e sociedade civil, formulando políticas públicas preventivas e propondo protocolos mais ágeis para medidas protetivas e acolhimento das vítimas.
“Esses números não são apenas estatísticas. Cada caso representa uma vida ceifada. O feminicídio é um crime anunciável e precisamos agir com urgência”, destacou Cattani, que em 2024 perdeu a sua filha, a produtora de queijos Raquel Cattani, vítima de feminicídio.
Apesar de já existir na casa de leis uma Comissão Permanente de Direitos Humanos e Defesa da Mulher, a nova estrutura terá caráter temporário e exclusivo para enfrentar a escalada da violência.
Ao final de seus trabalhos, a comissão deverá apresentar um relatório com recomendações e projetos de lei voltados ao enfrentamento do feminicídio em Mato Grosso.