TABORELLI
Ex-deputado, coronel aposentado falta em audiência e é condenado a prisão
Ele é acusado de abuso de autoridade e privação de liberdade de menores quando fazia parte da PM
30 de Novembro de 2017, 13h50

O ex-deputado estadual e coronel aposentado da Polícia Militar de Mato Grosso - PM/MT, Pery Taborelli (PSC), teve mandado de prisão expedido pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis. Ele teve mandado determinado por faltar audiências em que é acusado de abuso de autoridade e privação de liberdade de menores quando era coronel da PM.
Taborelli, que já atuou em Rondonópolis, por um ano e dois meses, no o 5º Batalhão da PM, entre 2010 e 2011, faltou à audiência imposta pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso - TJ/MT que, em abril deste ano, condenou o militar a dois anos e quatro meses em regime semiaberto por abuso de autoridade e apreensão ilegal de menores na época que comandava a PM na região de Rosário Oeste.
Este é o segundo pedido de prisão de Taborelli determinado pela Justiça após ele não comparecer à audiência que estava marcada para o dia 27 de setembro. O primeiro foi expedido no último dia 10 de novembro, mas o oficial de justiça não o encontrou para entregar a intimação e então, o juiz suspendeu "cautelarmente" a audiência e expediu um novo mandado de prisão contra o coronel aposentado.
Entenda o caso
Taborelli foi denunciado pelo Ministério Público Estadual - MPE/MT por agir de forma truculenta principalmente contra três adolescentes na festa de comemoração dos 150 anos do município de Rosário Oeste, ocorrida em 2011.
De acordo com os autos, em julho de 2011, na função de comandante do Comando Regional II, o ex-deputado teria realizado a apreensão de três menores de forma truculenta durante a festa em comemoração aos 150 anos do município de Rosário Oeste. A abordagem teria sido motivada por uma denúncia de que menores estavam consumindo bebida alcoólica.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Taborelli chegou a questionar os organizadores da festa sobre a presença dos menores e desencadeou uma operação "Choque de Ordem".
Ele mandou desligar o som e determinou que as pessoas fossem embora para casa. Contudo, três adolescentes teriam sido colocados no camburão das viaturas, de forma truculenta, e levados até a delegacia da cidade.
Uma adolescente declarou à justiça que estava acompanhada dos irmãos maiores de idade e, mesmo assim, foi puxada pela camisa por Taborelli, até o momento em que a roupa se rasgou.
Ela contou ainda que o coronel puxou sua calcinha a ponto de machucar sua virilha.
A pena
Taborelly já havia sido condenado a quatro anos e dois meses de prisão. Mas, ao recorrer da decisão, obteve a redução da pena, para dois anos e quatro meses, em regime semiaberto, além de multa de R$ 30 mil.
Outro lado
A defesa de Taborelli afirma que em nenhum momento houve 'truculência' durante ação. E que o acusado cumpria apenas o seu dever. Ele diz que tomou conhecimento do mandado somente por meio das matérias publicadas na mídia, mas seus advogados irão analisar o documento, para prosseguir com a defesa dele.