PEQUENOS NEGÓCIOS NA PANDEMIA

Feiras livres retomam vendas nesta sexta-feira (31) após quatro meses de suspensão

Os clientes estão vetados de chegar muito perto ou tocar nas verduras e frutas, ou ainda consumir pastéis e caldos de canas no local. Apenas deverão observar de longe, escolher, pagar e levar o alimento para casa

por Karollen Nadeska, de Cuiabá

30 de Julho de 2020, 11h11

Reprodução
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As feiras de comércio livre nas ruas irão retomar suas atividades nesta sexta-feira (31) em Cuiabá, após o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) divulgar um calendário para funcionamento dos setores comerciais visando a retomada da economia local.

Os feirantes ainda não sabem como devem funcionar as atividades, porém todas as medidas de biossegurança deverão ser respeitadas e não será permitido o cliente tocar nos produtos, apenas observar respeitando o distanciamento social de um metro e meio.

O presidente da Associação dos Feirantes (Assof) e do Sindicato do Comércio Atacadista dos Feirantes e Ambulantes de Cuiabá, Mário Carreiro dos Santos, revelou ao Gazeta MT que a categoria aguarda por um documento da Prefeitura da Capital com as regras baseada em um plano modelo apresentado pela associação, considerando as diversas famílias cuja as rendas salariais dependam dessa atividade.

“Está garantido, ele [prefeito Emanuel Pinheiro] deu uma entrevista ontem à tarde. A prefeitura vai dar esse sinal de retomar essas feiras menores”, disse.

Já as feiras maiores, como a da região do grande CPA 4 e Recanto dos Pássaros, os feirantes deverão ser divididos em dois grupos, sendo o serviço oferecido em dos horários distintos e datas, 50% em uma semana e 50% em outra. No domingo (02), a expectativa é que a procura seja grande dos consumidores pelas mercadorias e será como uma fase de teste.

Porém, serviço delivery que já havia sido adaptado para esse momento de crise, permanecerá para atender um público mais interno, que prefere não ter contato direto durante a pandemia.

Esse mecanismo, segundo Mário, foi essencial para sustentar os trabalhadores ao longo de quatro meses de atividades restritas do setor, principalmente aqueles que não receberam o auxílio emergencial do Executivo.

“Nós criamos uma feirinha no Facebook, cada um expõe seus produtos e a gente hoje, graças a Deus, recebemos convites e bastante gente participando desse grupo, e aí você negocia direto com os feirantes”, contou.

“Sim pretendo [continuar com o delivery]. No começo foi difícil e depois a gente conquistou essa clientela”, complementa.

Além disso, Mário conta que um aplicativo de feira livre está sendo desenvolvido para suprir a demanda dos pequenos empresários e organizar o trabalho de entrega a domicílio nos próximos dias. A modernização segundo ele foi fundamental na pandemia.

“Conseguimos fazer um aplicativo de feira livre e lá tem um mapa, vai ser um app praticamente de utilidade pública. É um outro mecanismo digital, tivemos que adaptar e se reinventar, então as mídias sociais hoje foram a saída. É claro que a prefeitura ajudou com sacolões e auxilio, mas não foram todos que receberam, de qualquer forma quebrou um galho”, disse.

Assim como os clientes não poderão chegar perto das frutas e verduras, tampouco consumir pastéis, caldos de canas, sucos e demais condimentos no local, o feirante deverá estar devidamente protegido com máscara facial e assepsiar as mãos e as mesas com álcool 70 onde estarão expondo os produtos.

As barracas de salgados bem como unidades domésticas de venda semelhantes, deverão adotar a modalidade “passe e pegue”, garantindo menor risco de contágio e a higienização do local.

O prefeito Emanuel Pinheiro anunciou que fará uma reunião com a categoria.