MEDIDAS EFETIVAS

Sesc Pantanal participa de discussão sobre enfrentamento da escassez hídrica em Mato Grosso

Evento destaca a importância da ação coletiva e da conservação ambiental frente às mudanças climáticas

por Da redação

30 de Setembro de 2024, 07h40

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Divulgação
O papel da ciência para a gestão das águas e fortalecimento dos comitês de bacias hidrográficas é tema do SemiHidro – V Seminário sobre Pesquisa, Gestão e Conservação dos Recursos Hídricos, promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) durante essa semana. A gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, foi uma das especialistas convidadas a participar da mesa-redonda sobre "Medidas adotadas para enfrentamento da escassez hídrica na Região Hidrográfica do Paraguai".

Cuiabália abordou as ações desenvolvidas pelo Sesc Pantanal para o enfrentamento da escassez hídrica no Pantanal Norte, trazendo experiências da instituição. "Adotamos no Polo Socioambiental estratégias e soluções internas na gestão das unidades e externas, junto às comunidades locais no Pantanal, desde ações de recuperação de áreas com espécies vegetais nativas produzidas pelas comunidades, sistemas de agrofloresta, captação e armazenamento de água da chuva com a construção de cisternas, construção de poços artesianos para manter tanques para a fauna, além de levarmos esse conhecimento adiante através da educação ambiental para que sejam replicados", explicou. 

Ela destacou que as pesquisas ajudam a entender as secas prolongadas e mudanças no regime de chuvas, como estão ocorrendo agora, assunto que o Sesc Pantanal vem discutindo já há algum tempo. "A escassez de chuvas é uma questão de escala global, mas as ações locais são fundamentais. Estamos em um ponto quase irreversível. É necessário repensar a forma como tratamos a natureza e agir de maneira mais harmônica", observou a gerente-geral. 

Áreas conservadas, como a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, a qual integra uma área natural de 108 mil hectares, segundo Cuiabália, têm um grande impacto na manutenção da biodiversidade e na provisão de serviços ecossistêmicos, como água pura e contenção de erosões. "Precisamos garantir essa proteção", afirmou. 

O coordenador do SemiHidro, professor Dr. Ibraim Fantin da Cruz, destacou que os temas debatidos no evento buscam identificar melhorias para a gestão dos recursos hídricos. "O foco da mesa-redonda é discutir a situação da escassez hídrica que estamos enfrentando. A temática foi trazida e pudemos ver como cada setor está atuando com essa situação crítica, pensando numa ação que possa ser melhorada no futuro para que esses eventos, que se tornam cada vez mais extremos e recorrentes, possam ser melhor enfrentados". 

De acordo com Dr. Ibraim, a comunidade científica e o Poder Público já tinham indicado que o período chuvoso seria muito abaixo da meta. "Já tínhamos esse alerta que se configurou ao longo do tempo. Precisamos aprender com a natureza, propor soluções e nos adaptar às novas situações que estão se estabelecendo no planeta e não é diferente em Mato Grosso", concluiu.  

Além de Cristina Cuiabália, a mesa-redonda contou com a participação de Fernando Francisco Xavier, biólogo e chefe do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães; Ana Caroline Soares Christovão da Silva, geóloga e analista ambiental da Sema/MT; Sibelle Christine Glaser Jakobi, coordenadora substituta de Ordenamento Hídrico da Sema/MT; e Thiago Alberto da Silva Pereira, professor da Universidade Federal de Alagoas e vice-presidente da Associação Brasileira de Captação e Manejo de Águas da Chuva.