A conjuntura geopolítica global da atualidade, somada à abertura de novos mercados e de nichos emergentes no setor da carne bovina têm contribuído para que as exportações brasileiras desta proteína tenham avançado em agosto deste ano.

Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) divulgados recentemente, o Brasil exportou até a quarta semana de agosto um total de 212,92 mil toneladas do produto, com média diária de 13,30 mil toneladas, representando uma elevação de 34,66% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para o IMEA, a combinação de maior volume e preço mais elevado contribuiu para a receita da carne bovina em agosto. Ainda de acordo com o levantamento, o preço médio da tonelada exportada alcançou US$ 5.602 até a quarta semana, revelando uma valorização de 26,30% em comparação a 2024.

México

O tarifaço do Trump causou uma certa apreensão no setor pecuário do Brasil, em decorrência de os EUA serem, até o ano passado, o segundo principal destino externo da carne bovina brasileira. Contudo, as exportações da proteína têm aumentado expressivamente.  Isso deve-se ao aumento da importação deste produto em alguns países, a exemplo do México, e ainda por conta da abertura de novos mercados.

Até 25 de agosto deste ano, o Brasil embarcou 7,8 mil toneladas de carne para o mercado americano, enquanto o México já havia importado 10,2 mil toneladas, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). Atualmente, os americanos já foram superados também pela Rússia e Chile, ambos com 7,9 mil toneladas, neste mês. A China se mantém como principal destino da carne bovina brasileira.

Novos mercados

Sobre a conquista de novos mercados para a produção pecuária, em pouco mais de dois anos, o setor de carne bovina brasileiro conquistou ao todo 17 novos mercados internacionais para a exportação de seus produtos. Somente neste ano, 12 novos destinos passaram a comprar carne bovina do Brasil. São eles: Quênia, Butão e Suriname, Bósnia e Herzegovina, Sarawak (estado da Malásia com certificação própria) e Vietnã, Bahamas, El Salvador, Filipinas, Indonésia, São Vicente e Granadinas.