AVANÇOS MEDICINAIS
Cuiabá pode se tornar referência nacional em tratamento de epilepsia, avalia especialista
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença atinge cerca de 3 milhões de brasileiros
08 de Novembro de 2024, 07h31
Cuiabá caminha a passos largos para estar entre as cidades referência em tratamento de epilepsia. Essa é a avaliação feita pelo médico neurologista/epileptologista e neurofisiologista, Drº Bruno Reginato Gumiero. De acordo com especialista, a capital de Mato Grosso tem total capacidade de, nos próximos anos, alcançar o mesmo reconhecimento de centros como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que essa enfermidade atinge cerca de 3 milhões de brasileiros. A entidade aponta ainda que até 70% das pessoas que vivem com epilepsia podem ficar livre de convulsões, graças aos tratamentos existentes atualmente. Gumiero explica que, apesar de ser considerada uma especialidade ainda recente em Cuiabá, a cidade tem acompanhado os avanços medicinais dos últimos anos.
O epileptologista, que atende na Axons – Centro Especializado em Neurologia e Neurofisiologia, destaca que, atualmente, pacientes cuiabanos não precisam mais se deslocar a outras regiões para intervenções de controle e, dependendo do quadro clínico, até de cura da doença. Conforme o médico, a Capital consegue hoje atender com excelência a demanda de diagnóstico, tratamento e, se necessário, de cirurgias.
“Pelo menos de 2018 para cá, tenho visto vários avanços nos casos de terapia para epilepsia. E eu me orgulho de poder dizer que, aqui em Cuiabá, conseguimos disponibilizar aos pacientes todos os tipos de tratamento existentes em outros centros do país. Isso inclui os procedimentos cirúrgicos. Então, não estamos perdendo em nenhuma modalidade de tratamento para os considerados grandes centros”, afirma.
Medicação é o carro-chefe
Gumiero enfatiza que, embora alguns casos possibilitem a realização de intervenções cirúrgicas, o tratamento medicamentoso segue sendo o método mais utilizado. Ele conta que em nível mundial existem aproximadamente 44 tipos de medicamentos antiepilépticos que podem ser utilizados. No Brasil, esse número cai para cerca de 23, seguindo a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O especialista esclarece que a cirurgia é adotada somente em casos em que a medicação já não consegue mais exercer um controle efetivo na epilepsia. “A primeira via de tratamento sempre é a medicação. Quando o padrão não é alcançado, com o paciente sem crises por pelo menos um ano, são aplicados mais dois esquemas terapêuticos. A cirurgia só entra a partir do terceiro, quando a taxa de sucesso desses métodos cai exponencialmente”, elucida.