NEGÓCIOS COM A CHINA

Maggi solta o verbo após trapalhadas da trupe Bolsonaro com país asiático

por Redação

08 de Abril de 2020, 14h21

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Divulgação

O ex-governador de Mato Grosso e ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, um dos maiores empresários do agronegócio no mundo, classificou como “conversas desvairadas” os ataques feitos pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente  da República Jair Bolsonaro,  contra a China. Os dois culparam o país asiático pela pandemia do novo coronavírus (Covid 19) com postagens consideradas xenófobas, o que gerou reação da Embaixada no Brasil.

Blairo avalia que o mercado chinês é suficientemente maduro para não se desgastar com os ataques de Weintraub e Eduardo Bolsonaro. No entanto, diz que o constrangimento diplomático é uma “lástima”.  “Muita besteira, muita especulação, mas o mercado é suficientemente maduro para não entrar nestas conversas desvairadas. Estes negócios do agro se fazem por necessidade e não para agradar um ou outro, mas isso não é bom mesmo. Uma lástima estas conversas desvairadas”, pontuou Blairo.

Hoje, estima-se que a China consome 35% das exportações do agronegócio brasileiro. Mesmo assim, Blairo considera normal o anuncio de que o país asiático vai ampliar a compra de soja dos Estados Unidos.

  “Eles (os chineses) precisam dosar as compras. Se forçar o mercado americano, sobe o valor em Chicago (Bolsa). Os Estados Unidos não conseguem abastecer o mercado sozinho, eles têm outros clientes mundo afora e um grande mercado interno, uma indústria de proteínas animal muito grande também”, completou. As informações são de Metrópoles.

No final de semana, o ministro da Educação publicou  em rede social insinuações de que o a China  poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. O texto foi apagado depois. Mesmo assim, a embaixada chinesa no Brasil reagiu, também na rede social, divulgando uma nota na qual repudiou a fala de Weintraub. O embaixador, Wanming Yang, cobrou uma posição oficial do governo e classificou as declarações do ministro como “absurdas”, “desprezíveis” e de “cunho racista”.

Em 18 de março, também em uma rede social, o deputado Eduardo, o 03, escreveu que a culpa pelo coronavírus era da China. Na semana passada, também em rede social, o deputado se referiu ao novo coronavírus como vírus chinês o que também causou manifestações de repúdio do embaixador.