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Anvisa inicia inspeção de laboratórios do agro para produzir vacinas contra Covid-19

As quatro plantas industriais visitadas já atuam na produção de Insumo Farmacêutico Ativo para saúde anima

por Da redação

08 de Maio de 2021, 14h45

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Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou as visitas técnicas aos laboratórios de produtos de saúde animal para avaliar capacidade técnica para produção de vacinas contra Covid-19. A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 7, pela diretora Meiruze Freitas, durante reunião da Comissão Temporária do Senado. 

A inspeção técnica atende a proposta do relator da CT, senador Wellington Fagundes (PL-MT), prevista no Projeto de Lei 1343/2021 - aprovada no Senado e que deve ser votada semana que vem pela Câmara dos Deputados. 

As empresas visitadas pela Anvisa foram Ceva Brasil, unidade de Juatuba, na Grande Belo Horizonte (MG); e Ouro Fino, no município de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A agência reguladora deverá inspecionar ainda  a unidade da Merck Sharp & Dohme,  farmacêutica, química e de ciências biológicas global, com sede em Valinhos, e a Boehringer, em Paulínia, ambas em São Paulo.

A utilização dos laboratórios de saúde animal na produção de vacinas contra a Covid-19, uma vez autorizados, pode ampliar a oferta de vacinas em 400 milhões de doses, a partir da transferência de tecnologia. As quatro plantas industriais já atuam na produção de Insumo Farmacêutico Ativo para saúde animal.  Segundo Fagundes, esse número é suficiente para garantir a imunização da população brasileira. 

 “A produção de vacina aqui mesmo é uma garantia. Não existem vacinas no mundo e hoje ninguém sabe dizer quando a vacina chegará ao braço das pessoas. Precisamos gerar segurança à população e temos condições para isso” – frisa o senador. A produção pode se dar num prazo de 90 dias. 

Paralelo às visitas técnicas da Anvisa, senadores da CT deverão realizar também diligências às plantas industriais. A data da visita – com acompanhamento também da imprensa – está em fase de definição.  

De acordo com diretores da Anvisa, a produção de vacinas está dentro do esforço nacional para aumentar a oferta de imunizantes, indispensável ao enfrentamento à crise sanitária. Meiruze Freitas, a Anvisa relatou que a agência já autorizou a fábrica de Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, fazer a produção do insumo farmacêutico ativo da vacina de Oxford. O Instituto Butantan ainda tem a perspectiva, no início do próximo ano, da produção do IFA.

Sputinik V

A reunião da CT da Covid-19 também concentrou na não aprovação da vacina Sputnik V pela Anvisa. O diretor Alex Machado Campos, relator do pedido, disse que a vacina russa está sob a avaliação da agência, por meio das modalidades da importação, feita principalmente pelos estados. Há ainda a avaliação da vacina para autorização de uso emergencial, pedido feito pela representante brasileira União Química.

Segundo o diretor da Anvisa, não foi apresentado relatório técnico da vacina russa à agência, que notificou todos os importadores, enviando expediente para 62 países que aprovaram o uso emergencial da Sputnik para saber os motivos das referidas aprovações. Campos afirmou que há previsão de manifestação legal de autorização dos imunizantes no Brasil apenas com a garantia da eficácia, segurança e qualidade.

Mais agilidade

Além de Wellington Fagundes, os senadores Styvenson Valentim (Podemos-RN), Rose de Freitas (MDB-ES), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Zenaide Maia (Pros-RN) e Humberto Costa (PT-PE) somaram-se aos questionamentos quanto à aprovação da Sputnik V, ao mesmo tempo que clamaram pela mais rápida solução junto à Anvisa.