Em Rondonópolis
Em plena época de seca e queimadas, prefeitura promove derrubada de dezenas de ipês
09 de Setembro de 2019, 08h11
Pegou muito mal a decisão da prefeitura de derrubar dezenas de pés de ipês e outras árvores para supostamente viabilizar a duplicação da Avenida Poguba, que pasmem, vá margear um Parque de Preservação Natural, cujo objetivo seria justamente a preservação da natureza.
De acordo com as alegações da prefeitura, a decisão de derrubar as dezenas de árvores, grande parte delas floridas, foi técnica e financeira, pois as ditas árvores estavam plantadas sobre uma rede de esgoto e de água, o que inviabilizaria o transplante das árvores, e para desviar a pista das mesmas haveria a necessidade de refazer os projetos da obra e haveria um custo a mais para se preservar as belas árvores.
O Buxixo aceita e entende todos os motivos, e se tivessem mais motivos e explicações aceitaria também, mas nada, e pra que não pensem que foi engano, vou repetir: nada justifica derrubar tantas árvores no mundo de hoje, nos dias de hoje especialmente, quando o ar está tomado por poeira, calor e fumaça de queimadas. Com o país pegando fogo e a população tão carente de oxigênio e bons exemplos, não há como concordar, achar normal e muito menos defender tal iniciativa. É uma barbárie injustificável.
É claro que outras árvores foram derrubadas antes, é claro que não é preciso muita inteligência para se entender que evitar a derrubada atrasaria a obra, elevaria seus custos. Mas e daí? Famílias inteiras foram retiradas da área de mata que existe ao lado da obra, foram gastos milhões de reais de dinheiro público para se adquirir a área do Parque Natural que fica ao lado da obra, tudo com o argumento de se preservar a natureza, árvores principalmente. E aí na primeira oportunidade, a prefeitura faz o que? Derruba dezenas de árvores em pleno período de florada. Foi de doer na alma ver tantas e belas árvores sendo mortas pelo poder público, que tem a obrigação de preservar o meio ambiente, tendo inclusive uma secretaria e vários funcionários públicos bem pagos para tanto.
Por aí se vê que aquele título de "motosserra de ouro" não cabe só aos desmatadores do agronegócio...é triste!