Em caráter emergencial, o ministro da Agricultura Blairo Maggi -PP se reuniu ontem, 19 em Brasília com o presidente da República Michel Temer -PMDB  e demais convocados pelo próprio chefe maior. Em pauta, o desenrolar escandaloso da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, 17.

Também estiveram presentes no encontro equipe técnica do Mapa, Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Visivelmente incomodado, Maggi fez frente ao coro do governo quanto ao que classificou como erro crasso da PF na condução das investigações, bem como informações distorcidas reproduzidas massivamente nos principais meios de comunicação do país. A Operação Carne Fraca resultou, até este momento, em 30 mandados de prisão para servidores do MAPA, além de executivos de grandes frigoríficos pertencentes aos grupos JBS, BRF, entre outros.

Para o ministro, a PF falhou em pontos cruciais. Viralizado em forma de piada da internet, a história do papelão misturado a carne só surgiu, como aponta, graças a um erro de grave interpretação de uma conversa grampeada pelos investigadores. O papelão, ao contrário do reproduzido, não se referia à mistura, mas à embalagem da carne comercializada. "Está claro que se trata de uso como embalagem. Usar papelão na carne seria uma idiotice, uma insanidade", afirmou Maggi.

Houve falta de conhecimento, seguiu Maggi. O ministro questionou a informação de que ácido ascórbico, usado em certos produtos, seria cancerígeno conforme a PF, quando na verdade se trata de vitamina C. Outra queixa diz respeito ao uso de cabeça de porco em embutidos, citado pelos policiais, mas permitido pela legislação.

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Como ministro, Maggi cumpre seu papel em defesa de um dos principais setores da economia do país. Ainda no último fim de semana, afirmou que o Governo trata a operação Carne Fraca "com transparência e pro-atividade, com intuito de minimizar os prejuízos e tranquilizar os consumidores do país".

"Estamos preocupados com a confiança do consumidor e com a imagem do Brasil lá fora a respeito da qualidade da nossa carne", disse Blairo por meio de comunicado em sua página em uma rede social.