Pouco mais de 100 dias de governo e de muito bate-cabeça. Dos Poderes Legislativo e Executivo de Rondonópolis, os dias, por assim dizer, já foram melhores.

Míngua a harmonia entre as Casas, graças, principalmente, ao protagonismo negativo do prefeito José Carlos do Pátio -SD, que mete sem a mínima cerimônia, os pés pelas mãos na condução do ainda recente mandato. Centralizador e não cumpridor de acordos políticos junto aos vereadores, tem dispensado o diálogo e agido a mercê única e exclusivamente de seu individual achismo. A revolta, tanto quanto o embate, era previsível.

Parte da Câmara, desde o início, já se mostrava opositora ao prefeito. O "grupo dos 11" que tomou de assalto a Mesa Diretora ainda em janeiro significara a primeira pedra no sapato do prefeito que, àquela altura, sonhava com dias tranquilos.

Para piorar, recentemente o número aumentou. Vereadores que haviam dado um voto de confiança a Pátio caíram na real. Hoje os 11 são 15 e a tendência é que o número continue crescendo.

Quem sobra ao lado do prefeito? Quem é quem na Câmara? Oposição e situação? Buxixo tentará responder a estas perguntas:

. Juary Miranda -SD: "Com o Zé até morrer". Desde o início se manteve situacionista e não se atreve a contrariar o "chefe".

 

 

. Adonias Fernandes -PMDB: É defensor nº 1. Nem sempre foi, ao menos no discurso. Nas atitudes, porém... Há 100 dias no novo governo, ainda prega que é preciso dar tempo ao tempo. Lhe é conveniente.

 

 

. Orestes Miráglia -SD: Do partido do prefeito, não dá ponto sem nó. Diz que protege o eleitorado, mas ainda não convence. Se mantém com braço curto para abraçar além dos limites de seu reduto.

 

. Bilú da Areia -PRTB: É situação. Não disse a que veio. É sem peso o vereador. Nem pra cá, nem pra lá.

 

 

. Thiago Silva -PMDB: Vereador reeleito e mais votado na última eleição. Não contraria o prefeito, mas, ao mesmo tempo, não se apresenta situacionista. Aos olhos da coluna é indeciso e prefere correr o risco de perder a confiança de seu eleitorado do que a de Pátio.

 

 

 . Cláudio da Farmácia -PMDB: Vereador reeleito, se posiciona junto à oposição. Desde o início da atual gestão, preferiu não fazer parte do grupo de Pátio. O "grupo dos 11" sempre contou com ele.

 

. Hélio Pichioni -PSD: Virou a casaca. Era situação, fiel ao prefeito. Mudou de lado e agora cobra atitude de Pátio, postura diferente de outrora. Não teve atendido por Pátio certos "combinados" e optou por ficar indeciso. Vez ou outra, ainda pende pro "chefe".

 

. Fábio Cardozo -PPS: Oposição sempre. Não mudou de lado e é provável que não mude. Dor de cabeça para o prefeito e coerência junto a seu eleitorado.

 

 

. Jaílton do Pesque Pague -PSDB:  É viajante. Vereador reeleito, postura de bom moço. Não sabe o apito que toca. Defende com unhas e dentes os projetos que tem e pouco se importa em escolher um lado. O perfil é conhecido.

 

. João Mototáxi -PSL: Outro viajante. Defende sua categoria, mas tem proposto projetos absurdos na Casa. Falta, talvez, experiência para este moço. Ainda, assim, faz oposição. Foi seduzido e conquistado pelo grupo dos 11 ainda em janeiro.

 

. Elton Mazette -PSC: Quase um abduzido, há dias em que é difícil decifrar este vereador. Faz oposição e também articulou junto ao grupo dos 11. Não se mostra, porém, grande problema ao prefeito. Permanece, como se diz, no seu quadrado.

 

. Sidnei Fernandes -PDT: Ex-secretário na gestão Percival, tem conduzido um mandato discreto. Prefere atuar na base e fideliza seu eleitorado. Tem funcionado. Não altera sua permanente calmaria, mas se posiciona junto à oposição.

 

. Roni Cardozo -PRTB: É híbrido. Aparenta ser da base aliada de Pátio, mas não dá certeza. Recentemente, votou pela aprovação do projeto que prevê "pente fino" nas contas e contratações do Executivo.

 

. Roni Magnani -PP: Oposição. Vereador velha-guarda, atuou forte na composição do grupo dos onze. Não tende a mudar de lado.

 

 

. Subtenente Guinâncio -PSDB: O "indignado". Sem perfil político, o nobre e conhecedor das normas da esfera pública toma sucessivos sustos a cada novo projeto que entra em discussão, seja vindo da Câmara ou do Executivo. Faz oposição.

 

. Vilmar Pimentel -SD: Do partido do prefeito. A cada cortada que toma de Pátio, retribui com oposição. Estilo toma lá dá cá. Não se pode, porém, incluí-lo no grupo dos onze. Palavra que define: flexível.

 

 

. Thiago Muniz -PPS: Oposição ontem, hoje, amanhã e sempre. Tem dado trabalho ao prefeito. Não faz questão de boa vizinhança.

 

 

. Rodrigo da Zaeli -PSDB: Eleito presidente da Casa, chegou a pregar o discurso de harmonia, fez campanha pela paz nos Poderes. Na prática, era sabido, seguiria na oposição. Recentemente, desistiu de vez da diplomacia.

 

. Beto do Amendoim -PSL: Vice-presidente da Casa. Caminha moderado rumo ao entendimento absoluto do funcionamento do Legislativo. Tem se esforçado. Sobra-lhe pouco tempo para definir o posicionamento. É, porém, pertencente ao grupo da oposição, com direito protagonismo na "pedrada" em Pátio já no primeiro dia do mandato.

. Silvio Negri -PcdoB: A princípio é situação, defenderia Pátio em todas. Mas se posicionou a favor da própria categoria: os concursados. Hoje deixa dúvidas e até decepciona quando se segura 'em cima do muro'. Seu eleitorado esperava mais dele.