CONTAS

Mendes rejeita aumento de despesas a AL e TJ

Governador convoca poderes a tomar medidas de contenção de despesas e colaborar com o Executivo

por GazetaMT

07 de Dezembro de 2018, 08h08

Mendes rejeita aumento de despesas a AL e TJ
Mendes rejeita aumento de despesas a AL e TJ

Temendo pelo descontrole dos gastos públicos que pode inviabilizar investimentos em Mato Grosso nos próximos anos, o governador eleito Mauro Mendes (DEM) afirmou categoricamente ser contrário a proposta de aumento do duodécimo a partir de janeiro de 2019 para a Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça.

Trata-se do dinheiro que é repassado mensalmente pelo Executivo aos demais poderes para pagamento das despesas que englobam salários, pagamentos de fornecedores, prestadores de serviços e outros relativos a manutenção e prestação de serviços.

Para justificar sua posição contrária, Mauro Mendes ressalta que vai assumir o governo do Estado com graves dificuldades financeiras, simbolizada pelo déficit financeiro de R$ 1,5 bilhão.

"Esse valor não é uma dívida de restos a pagar, mas de quantia de dinheiro que vai faltar em caixa. O Executivo tem a obrigação de cortar despesas para priorizar o investimento nas políticas públicas. Não se pode conceder aumento de duodécimo em um momento tão grave e delicado das finanças públicas. Se houver essas concessões o déficit vai saltar para R$ 3 bilhões e podendo chegar até a R$ 10 bilhões. Isso é inaceitável", disse.

A declaração foi dada a jornalistas durante entrevista na quarta-feira (5) na Assembleia Legislativa.

Para 2019, se aprovado o sonhado aumento do duodécimo, a Assembleia Legislativa passaria a ter um orçamento anual de R$ 600 milhões enquanto o Tribunal de Justiça atingiria até R$ 1 bilhão. O Ministério Público Estadual passaria a ter uma média de R$ 650 milhões anuais para cobrir despesas

Mendes ainda convocou os demais poderes a uma análise crítica para que todos possam contribuir com o equilíbrio das contas públicas e coloque o cidadão em primeiro lugar e como foco constante da administração pública.

"Da mesma maneira que o poder Executivo vai cortar 3 mil cargos e avaliar medidas como extinção de empresas públicas, o Legislativo e o Judiciário podem contribuir contendo suas despesas. O momento é grave e o que importa é pensar em Mato Grosso e nas futuras gerações", destacou.

Mendes ainda ressaltou que planeja conversar com parlamentares para modernizar a legislação tributária e assim tornar Mato Grosso um campo favorável a investimentos da iniciativa privada, o que implica em geração de emprego e distribuição de renda.

"Mato Grosso vive uma grave crise financeira que deve ser compreendida pelos poderes, servidores públicos, empresários, imprensa. O ambiente é hostil ao investimento privado. O Estado não tem capacidade de investir. Isso tem que ser solucionado para garantia do desenvolvimento sócio econômico".