Cortes na Educação

Sem dinheiro, UFMT anuncia racionamentos de luz e redução de pesquisas

por GazetaMT

05 de Setembro de 2019, 08h09

Sem dinheiro, UFMT anuncia racionamentos de luz e redução de pesquisas
Sem dinheiro, UFMT anuncia racionamentos de luz e redução de pesquisas

É a treva! Após os insanos cortes nos recursos de custeio das universidades e outras instituições de ensino federais, o que já vinha sendo anunciado começou a acontecer. A direção da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) começou a racionar a energia elétrica dentro dos seus campus e suspendeu serviços como a limpeza, diminuiu o número de pessoas que trabalham na portaria e segurança da instituição, anunciou o fechamento do Restaurante Universitário no período de férias. Isso tudo sem contar a redução das aulas de campo, dos projetos de pesquisa e extensão, e outros.

Tudo isso graças ao Decreto n.º 9.711, de 15 de fevereiro de 2019, que bloqueou 30% do seu orçamento, além dos sucessivos cortes nas verbas destinadas para pagamento de bolsas de estudo, o que praticamente paralisará pesquisa universitária no país. O efeito imediato, além do fim de muitas pesquisas, é a diminuição do horário de atendimento dos setores administrativos da universidade, mas isso em breve deve chegar às salas de aula.

Muitos podem não entender a extensão do prejuízo para o país e para o futuro de nossos filhos e netos, mas isso significa jogar no lixo qualquer possibilidade de algum dia sermos um país próspero e mais justo, com mais oportunidades e uma melhor distribuição de renda, pois retira dos mais pobres a possibilidade de ascenderem socialmente e condena o país a ser eternamente atrasado, um eterno fornecedor de matéria prima para o primeiro mundo, como o foi na maior parte do tempo desde que o Brasil foi "descoberto".

Pobre nação cujos governantes e grande parte do seu povo vêm os recursos aplicados na ciência e no saber como gastos e não investimentos, que tem governantes que são inimigos declarados da ciência, que entende que seu povo tem que ter apenas o conhecimento mínimo para vender sua força de trabalho no mercado. Como nos desenvolveremos, como nos tornaremos um país melhor com um povo ignorante? Sem pesquisa, sem filho de pedreiro poder se tornar doutor? Como pensar um país sem incluir seu povo nesse pensamento?

É claro que não temos a melhor educação, pois como teríamos os melhores professores? Enfim, são muitos questionamentos e somente uma certeza: são as trevas do obscurantismo avançando sobre a luz do saber. É a materialização de um pensamento que não vê o povo como pessoas, mas como gado. E que quer a todo custo manter esse povo na condição de gado.

É triste...