E quanto o Álcool se torna uma necessidade?

por GazetaMT

01 de Março de 2018, 08h00

E quanto o Álcool se torna uma necessidade?
E quanto o Álcool se torna uma necessidade?

Vamos fazer uma breve reflexão, será que álcool faz tão bem quanto achamos? Podemos considerar álcool como uma droga?

Não sejamos hipócritas em achar que uma "bebidinha" de vez enquanto não nos fará bem, existe uma linha muito tênue entre deixar o álcool ser apenas um papel figurativo em algumas representações sociais, ou a ponto de sermos meros fantoches de nossas tendências compulsivas atuais.

Voltando a nossa pergunta que por sinal acaba sendo bem pertinente para os dias atuais, existe um crescente número de pessoas de todas as idades fazendo o consumo dessa bebida tão sociável quanto um copo de suco. Afinal, é mais fácil encontrar bebidas alcoólicas em qualquer bar de esquina que um bom suco feito na hora.

Primeiro vamos pincelar sobre essas duas palavras Álcool e droga. Segundo a OMS (organização mundial de saúde) considera como droga toda substância não produzida pelo organismo que tem como propriedade de alterar toda a funcionalidade do nosso sistema nervoso central.

Já o álcool é produzido a partir de matérias primas com origem vegetal que possuem altos índices de frutose. A principal matéria prima utilizada é a cana-de-açúcar, mas podem também ser usadas outras matérias como o milho, a mandioca, o eucalipto entre tantos outros.

Entendendo assim que Álcool sendo uma substância psicoativa não produzida pelo organismo infelizmente, acaba por ser uma droga. Calma, nem todas as pessoas que fazem o consumo dessa bebida tornara-se um Alcoólatra. Afinal fazemos uso diário de inúmeras drogas (cafeína, açúcar, medicações, entre outras) e nem por isso sofremos certas dependências, certo? Para chegarmos a esse estremo de dependência alcóolica existe um longo caminho a ser percorrer, mas preste muita atenção, pois, talvez esse caminho já esteja sendo trilhado por você.

Como acender o alerta sobre o consumo do Álcool?

Então comecemos por uma medida segura que a OMS sugere (uma vez que não conseguiremos acabar com a ingestão de álcool no mundo), que para se evitar problemas com o álcool, o consumo aceitável é de até 2 doses/dia para homens e 1 dose/dia para mulheres. Não podendo ultrapassar o consumo dessas doses diárias, sendo que tanto homens quanto as mulheres não devem beber por pelo dois dias na semana. Lembrando que em alguns casos o uso de álcool não é recomendado nem em mínimas doses. Mas como tudo na vida exige um cuidado, a ingestão dessa bebida tão familiarizada em nosso meio requer uma atenção redobrada, pois, como já dito o indivíduo que faz uso diário mesmo dentro do recomendado está na hora de reavaliar suas prioridades e passar a dar mais atenção a sua saúde mental.

Desde que o mundo é mundo o Álcool se faz presente, porém na evolução da espécie também veio acompanhado como o nosso "amigo de todas as horas", estando presente desde a comemoração de uma gravidez, aniversários, casamentos, encontros com amigos, e em tantos outros encontros e eventos que inventamos diariamente. Como crescemos na influência do seio familiar acabamos por achar normal beber em qualquer ocasião e jamais considerar o álcool um vilão de nossa maior riqueza que é o poder da decisão que temos em nosso estado "normal" de consciência.

Então repense sobre o quanto você tem gastado com bebidas, quais as reclamações que vem de pessoas próximas a você, sobre seus porres, e avalie seu tempo gasto envolvido nas atividades ligado ao álcool. Tão quanto importante é observar seu nível de tolerância, ou seja, suas doses continuam sempre na mesma quantidade ou com o passar do tempo você precisa de doses maiores para chegar no estado de euforia que tinha consumindo doses menores de álcool.

E aí, qual o balanço feito por você? Lhe convido a fazer um teste, desafia-se a ficar um tempo sem ingerir qualquer tipo de bebida alcóolica e se achar uma boa desculpa para não cumprir seu tempo estabelecido, cuidado. Busque ajuda de um profissional especializado no assunto para uma melhor tomada de consciência referente a essa problemática.

 

Alex Sandro Gomes

Psicólogo Clínico, Especialista em Dependência Química e pós-graduando em neurociência.

CRP: 18/ 01925