Feito histórico do presidente da República (certamente com dias contados) Michel Temer -PMDB. Nunca antes na história deste país, parafraseando outro astuto, viu-se um fim de namoro tão trágico. A grande mídia, a tal toda poderosa, rompeu com o governo e optou por escancarar a insustentável parceria entre a corrupção e o jornalismo seletivo. O algoz, de repente, virou notícia.

Nos tempos do PT, Lula e Dilma, tal relação não existia. Fato conhecido dentro e fora do ramo da notícia. Erro bobo do barbudo ex-presidente, que desde o primeiro mandato se recusou a propor a reforma da mídia crente de que teria certo domínio sobre a grande imprensa do país, já que ocupara, enfim, o posto que lhe fora tomado pela própria ainda no início dos anos 90. Deram a eleição de 1989 a Fernando Collor, era hora de se redimir.

Lula e Dilma, porém, nunca tiveram a mídia. Foi sempre só porrada. Passados os tempos petistas a ordem estava reestabelecida. Houve investimento pesado de ambos os lados para que o namoro renascesse. E assim foi. Mas não durou muito.

Um ano de governo Temer e a bomba explodiu. Pela primeira vez em muito tempo, a notícia principal do maior telejornal do país não falou de pedalinho, sítio em Atibaia ou de quem seria o tal tríplex no litoral paulista. A coisa ficou séria. Era o namorado Temer e o amante Aécio Neves -PSDB como alvos de um escândalo, enfim, comprovado. Fotos, vídeos, áudio, tudo...

Em meia hora, após o furo do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo, o Jornal Nacional se aprontou para dedicar a edição da última quarta-feira, 17, ao caso. Visível nervosismo nas vozes dos âncoras, dos repórteres de link em Brasília. Clima que só quem passa pelos bastidores de uma redação pode imaginar. Ao autor desta sessão de Buxixo, pensar ainda causa arrepio.

Após a bomba, Aécio foi afastado do Senado, teve a prisão cautelar pedida pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e a irmã Andréa Neves foi presa logo pela manhã de hoje, 18. Temer está desnorteado vendo desmoronar seu castelo. O presidente perdeu um grande amor.

Mas o que levou o grupo Globo a soltar os cachorros tão repentinamente? A resposta pode estar no Supremo Tribunal Federal, um possível novo amor. É como diz o dito: a fila anda!!!