MAIS QUE NUNCA, DECORATIVO

Para falar de governo, esqueçamos Temer. Quem manda mesmo é o PMDB

por GazetaMT

24 de Fevereiro de 2017, 08h53

Para falar de governo, esqueçamos Temer. Quem manda mesmo é o PMDB
Para falar de governo, esqueçamos Temer. Quem manda mesmo é o PMDB

Dezessete dias após o então ministro da Justiça Alexandre de Moraes se licenciar do cargo para ocupar a vaga tragicamente deixada por Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal, o ministério tem novo nome: Omar Serraglio, do PMDB. Indicação política, partidária e contrária a tudo o que Temer dizia ser considerado critério em sua indicação. Ou seja, nessa história toda, o presidente da República não manda em nada.

Temer nunca mandou. Nunca. Não foi ele o principal articulador da manobra que culminou no processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), não partiu dele a principal barganha política do PMDB junto aos partidos, à época de oposição, nem fora seu o nome de maior peso na composição do novo governo. Tudo, e sempre, fora mérito do partido.

Renan Calheiros, José Sarney, Eduardo Cunha, Romero Jucá... Os peemedebistas ardilosos que sempre conduziram a tomada de decisão. E onde estava Temer? Escondido, tentando jogar em dois lados.

Sobre a indicação do novo ministro, Temer chegou a defender em sua página oficial na internet que a escolha teria caráter "pessoal" e "apartidário". Ocorre que PMDB, há tempos, se queixa de espaço perdido no Governo para tucanos do PSDB, por conta da minirreforma ministerial. Aí é aquela velha história: manda quem pode...

E mandou. O PMDB mandou. Temer, criado, atendeu. Também do partido deverá ser a liderança do Governo na Câmara dos Deputados. Poder, mais do que nunca, ramificado.

Em Brasília, nos dias de hoje o PMDB tem tudo, inclusive Temer. Um presidente mais decorativo do que nunca.