SUSPEITO FORAGIDO

Justiça decreta prisão preventiva de empresário acusado de assassinar enfermeira em Sinop

Outro acusado de participar do crime, o policial militar Marcos Vinícius Pereira Ricardi, foi preso na tarde de terça-feira (08).

por Cuiabá, MT - Daffiny Delgado

09 de Outubro de 2019, 12h50

Justiça decreta prisão preventiva de empresário acusado de assassinar enfermeira em Sinop
Justiça decreta prisão preventiva de empresário acusado de assassinar enfermeira em Sinop

 

O empresário Ronaldo da Rosa, apontado como um dos autores do assassinado da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, de 43 anos, está com seu mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça, em Mato Grosso.

Zuilda estava desaparecida desde o dia 27 de setembro e seu corpo só foi localizado na terça-feira (8), na zona rural do município.

De acordo com as investigações realizadas pela Polícia Civil, o empresário contou com a ajuda do policial militar Marcos Vinicius Pereira Ricardi, de 26 anos para assassinar a vítima.

Em depoimento ao delegado Carlos Eduardo Muniz, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) responsável pelo caso, Marcos que foi preso em flagrante na terça-feira, confessou o crime e afirmou que o casal estava passando por problemas conjugais.

“Ele contou que o casal estava brigando bastante de uns tempos para cá e que Zuilda já havia se desentendido com ele também, pois Marcos trabalhava no restaurante da família”, disse.

A partir daí, Ronaldo e Marcos teriam combinado de “dar um suspeito” na vítima, simulando um assalto.

“Marcos contou que a intenção era de apenas dar um susto na vítima, mas a situação teria saído do controle e os dois acabaram matando Zuilda espancada. Foram encontradas marcas de pé no teto do veículo, haviam tufos de cabelo no banco, sangue escorrido no banco, ou seja, indícios de que pode ter ocorrido uma luta corporal”, afirmou delegado.

Depois do crime, os acusados resolveram esconder o corpo da enfermeira em uma tubulação de bueiro, nas proximidades de um centro de eventos do município, onde o corpo foi encontrado.

Em avançado estado de decomposição, o cadáver da vítima foi achado sem a cabeça e um dos braços. Por meio das vestes que o filho da enfermeira identificou o corpo.

Buscas estão sendo realizadas para localizar Ronaldo, que até o início da tarde desta quarta-feira (09), não havia sido preso.

Crime mal planejado

O delegado Carlos Eduardo Muniz avaliou que o mau planejamento e execução do assassinato da enfermeira contribuíram para o trabalho investigativo da Polícia Civil no caso.

"Foram deixadas muitas provas pelos acusados. Quando a pessoa faz esse tipo de situação com tantas provas dentro do veículo, isso para mim não é frieza, é desespero. Isso demonstra que são criminosos que não tiveram preocupação com o resultado do que fizeram".

Além disso, o delegado ainda apontou que o álibi apresentado por Ronaldo era fraco, o que levantou ainda mais as suspeitas contra a versão apresentada por ele ao reportar o "desaparecimento" da enfermeira, no dia 28 do mês passado.

“As pessoas, quando cometem um delito, tentam criar álibis. Elas tentam criar versões fantasiosas para induzir quem quer que seja de que não foram elas que cometeram aquele delito. Porém, nesse caso, esse tipo de álibi é muito frágil”, explicou.

PM preso

Em nota por meio de assessoria, a Polícia Militar informou que o soldado já estava afastado das funções militares respondendo processo demissório e que a conduta do policial será apurada por meio da Corregedoria.

Integra da nota

O Comando do 3º Comando Regional da Polícia Militar, com sede em Sinop, informa que tão logo tomou conhecimento da acusação que pesa sobre o soldado PM determinou que oficiais militares acompanhassem as ações da Polícia Civil com o intuito de colaborar para o esclarecimento do homicídio da enfermeira e a participação do militar. Nesse sentido, desde a tarde e ontem(07) uma equipe do 3º CR diligencia conjuntamente com a Polícia Civil.

O soldado em questão está já estava afastado das funções militares respondendo processo demissório. E a PM esclarece que por se tratar de crime cometido fora no exercício da função militar a apuração ocorre na esfera civil, nesse caso específico na Delegacia de Homicídios de Sinop.

Todavia, a conduta do policial será objeto de apuração interna na PM, por meio da Corregedoria. A PM de Sinop permanece à disposta para auxiliar as investigações e reforça que o compromisso diário da instituição é em defesa da sociedade.

Relembre o caso

O marido de Zuilda foi quem registrou um boletim de ocorrência, no dia 28, relatando o desaparecimento da mulher, que teria ocorrido no dia anterior.

À polícia, ele contou que convivia com a enfermeira há 10 anos e que no dia do crime teria ido buscar a mulher no hospital onde ela trabalhava, a deixou em casa e seguiu para o espetinho onde trabalhava, de propriedade do casal.

Segundo ele, a mulher deveria ter ido encontralo no restaurante, o que não aconteceu. Com isso, ele retornou na residência para verificar o que havia ocorrido e não encontrou a esposa nem o veículo.

O acusado disse no b.o, que a vítima poderia ter ido até a igreja, ocasião em que ele foi atrás da mulher no local. Horas mais tarde, ele encontrou a caminhonete estacionada em frente da casa e trancada.

Ele disse ter entrado na casa, percebido que no quarto faltavam algumas roupas da mulher e dinheiro. E, então, afirmou ter pego a chave reserva, foi até o veículo e constatou sinais de manchas com sangue e fios de cabelo.