Kelly Cristina Lopes de Morais, 15 anos, Rosineide Maria de Souza, 45 anos, e Rosidelma Cândido de Souza, 25 anos, mulheres assassinadas por ex-companheiros. Casos que chocaram Rondonópolis nestes primeiros meses de 2018.

Preso no município de Porteiras, no Ceará, Cícero da Silva Ferreira, de 21 anos, principal suspeito de ter assassinado a adolescente Kelly Cristina confessou o crime em um vídeo gravado pela Polícia Civil.

Os irmãos Valdeci e Valdomiro Vieira da Silva, também foram presos pela Polícia pelo assassinato e ocultação do corpo de Rosineide Maria de Souza.  O corpo da auxiliar de cozinha foi encontrado boiando nas águas do Rio Vermelho. A motocicleta da vitima também foi localizada dias depois, no mesmo lugar onde o corpo da mulher havia sido jogado na MT-270.

Agora a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) procura por Carlos Henrique Ferreira Costa, considerado o principal suspeito de matar Rosidelma Cândido.

De acordo com a Polícia Civil, a vítima e o ex-companheiro discutiram, então o suspeito efetuou vários tiros contra Rosidelma, a mulher foi atingida na região do tórax e morreu ainda no local. Depois do crime, o suspeito fugiu. A foto dele não foi divulgada.

Conforme o delegado Thiago Damasceno, "uma testemunha viu toda essa discussão. Ainda segundo essa testemunha, a vítima estava com uma faca na mão e o companheiro estava armado. No entanto, não existe a confirmação de que a mulher teria tentado agredir o suspeito. Durante a briga, ele teria efetuado os disparos, atingindo a vítima com mais de três tiros"

Ainda segundo o delegado da DHPP, os trabalhos estão sendo realizados para tentar encontrar o homem considerado foragido. "Nossa equipe de investigadores já esteve por diversas vezes nos endereços onde esse homem poderia estar. No entanto, ainda não obtivemos êxito em encontra-lo. As buscas continuam".

Dados

De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública, no ano passado, 62 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso. Para a presidente da Associação de Mulheres de Rondonópolis e Região Sul do Estado, a rede de atendimento, de atenção e de proteção às mulheres que vivenciam situações de violência poderia ajudar a combater esse tipo de crime. No entanto esse ciclo está sendo quebrado.

"É preciso fortalecer os espaço que são usados por essas mulheres, como por exemplo, Instituto Médico Legal. Além disso, esses homens agressores sabem as fragilidades na segurança pública", afirma Sandra Raquel.

Conforme os Ministérios Públicos estaduais, o Brasil registrou ao menos oito casos de feminicídio por dia entre março de 2016 e março de 2017.

Sancionada em 2015, a lei federal que define o feminicídio transformou em hediondo o assassinato de mulheres motivado justamente por sua condição de mulher. Ela aumenta a pena por homicídio, que é de 6 a 20 anos, para 12 a 30 anos de prisão.