Em entrevista publicada neste fim de semana pelo site Midia News o prefeito de Rondonópolis e presidente estadual do PPS, Percival Muniz, reafirmou o apoio à candidatura do senador Pedro Taques (PDT) ao Governo do Estado. Não foi, por assim dizer, um apoio unânime. Nas entrelinhas, fez também queixas à atuação de Taques no Senado, à forma como o senador conduz as discussões internas no bloco da oposição e também à dificuldade no diálogo com outras forças politicas do Estado.

A principal crítica de Percival é com relação a um suposto conflito de identidade em Taques. "Ele é político, mas tem problema com os políticos", disse, apontando a causa da dificuldade para ampliação do leque de partidos que apoiarão o senador. "Ele está evitando pontes, aí vai ter que atravessar o ribeirão a nado", alertou Muniz.

Percival não erra ao ver contradição entre o discurso e a prática de Taques. Também está correto ao prever que, com menos partidos, a campanha da oposição será mais árdua e incerta.

O problema é que as tais 'fragilidades' são consideradas 'vantagens estratégicas' pelo próprio Taques e as lideranças mais próximas a ele. Neste caso, a aposta é que o perfil 'não político' e o distanciamento dos caciques regionais serão essenciais à vitória do senador na sucessão estadual.

Como se vê, ainda falta muito para que a oposição unifique o próprio discurso. Resta saber se conseguirão fazer isso até as convenções. E, claro, se chegarão lá inteiros.