Problema

Folha de pagamento cresceu 27,9% em 2013; maior aumento foi na Saúde

No mesmo período a receita da Prefeitura cresceu apenas 7%; atrasos e reduções em repasses do Estado e da União agravaram problema

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28 de Janeiro de 2014, 05h44

Folha de pagamento cresceu 27,9% em 2013; maior aumento foi na Saúde
Folha de pagamento cresceu 27,9% em 2013; maior aumento foi na Saúde

Município teve que dobrar investimentos para manter SAMU funcionando em 2013O secretário municipal de Administração, Carlos Vanzeli, defendeu ontem o corte de gastos e a redução de secretarias e cargos comissionados como uma saída emergencial para a crise financeira que na Prefeitura de Rondonópolis. A maior preocupação é reduzir os gastos com a folha de pagamentos, que teve em 2013 um crescimento de 27,29% contra uma receita que aumentou apenas 7% no mesmo período.

O estudo abrangeu todas as áreas da administração municipal, com exceção do Sanear e da Coder, e mostrou que a folha de pagamento aumentou em quase todos os setores. No geral, a folha saltou de R$ 149,9 milhões em 2012 para R$ 190,8 milhões no ano passado.

Em termos percentuais, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico registrou a maior alta (162,3%), seguida das secretarias de Saúde (85,6%), Planejamento (70,9%) e o Controle Interno (68,11%). Já em valores, as maiores altas ocorreram nas folhas dos servidores pagos pelo Fundo Municipal de Saúde, que saltou de R$ 62,2 milhões em 2012 para R$ 80,2 milhões em 2013; e na Secretaria de Educação, que foi de R$ 16,5 milhões para R$ 25,4 milhões no mesmo período.

"No ano passado ampliamos e melhoramos bastante a atuação na Saúde e na Educação. O problema é que a receita cresceu pouco e ainda tivemos problemas no que diz respeito aos repasses devidos pelo Estado e pela União. Isso causou um desequilíbrio sério e precisamos corrigi-lo agora para evitar prejuízos maiores", disse Carlos Vanzeli.

O secretário citou como causas do desequilíbrio questões como a política de isenção do IPI do Governo Federal (que impactou negativamente nas parcelas do Fundo de Participação dos Municípios), e também a inadimplência do Governo Estadual nos repasses referentes à programas importantes na área da Saúde. "Passamos todo o ano de 2013 pagando a parte que cabe ao Estado no custeio do Samu", exemplificou.

Conforme Vanzeli, o desequilíbrio foi a principal causa dos atrasos no pagamento dos salários dos servidores. O problema surgiu nos últimos meses do ano passado e a expectativa é que a normalização ocorra ao longo de 2014.

"Além dos cortes e da reestruturação, também contingenciamos o orçamento. A Prefeitura só vai fazer novos investimentos se houver dinheiro em caixa. Com isso pretendemos criar as condições para pagar uma folha a cada 27 dias e restabelecer, no médio prazo, a normalidade na quitação dos salários dos servidores", ponderou.

Carlos Vanzeli pediu ainda colaboração e paciência aos servidores nesse período de transição. Segundo ele, a expectativa é que o salário de janeiro seja pago até o dia 12 de fevereiro. À partir daí a Prefeitura espera cumprir o calendário anunciado pelo secretário.