RESPOSTA

Em nota, Maggi rebate decisão da Justiça sobre bloqueio de bens

Ministro voltou a lembrar pedido de arquivamento feito pelo STF

por Robson Morais

12 de Janeiro de 2017, 07h49

Em nota, Maggi rebate decisão da Justiça sobre bloqueio de bens
Em nota, Maggi rebate decisão da Justiça sobre bloqueio de bens

Em nota, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), deu sua versão sobre o mais recente episódio que o envolvera. Noticiado na noite desta quarta-feira (11), a decisão da Justiça de Mato Grosso em bloquear cerca de R$4mi das contas do ministro por suposto esquema de compra de cadeira no Tribunal de Contas do Estado motivou a resposta.  A decisão tem caráter liminar e é cabível de recurso.

Ainda na última noite, reportagem exibida em cadeia nacional trouxe  detalhes da Operação Ararath, que investiga Blairo Maggi. O ministro é acusado de improbidade administrativa e dano ao erário por suposta participação em negociações que abriram espaço para que o ex-deputado Sergio Ricardo junto ao TCE. Na época, Maggi era governador do Estado.

O pagamento da vaga teria sido feito por meio de uma factoring do empresário Júnior Mendonça, tido como operador de um esquema de lavagem de dinheiro desviado dos cofres estaduais. Mendonça firmou acordo de delação premiada com a Justiça e, em um dos depoimentos prestados durante as investigações, disse que a negociação da vaga entre Maggi e Soares teria ocorrido durante uma viagem dos dois à África do Sul, em 2009.

Além de Blairo Maggi, o bloqueio atinge Sérgio Ricardo, Alencar Soares, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que está preso desde 2015, o ex-conselheiro do TCE-MT e ex-deputado, Humberto Bosaipo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), José Geraldo Riva, o empresário Gércio Marcelino Mendonça, o Júnior Mendonça, Leandro Valoes Soares, filho de Alencar Soares, e o ex-secretário de estado, Eder Moraes. Os nove são réus nessa ação.

Até agora já foram realizadas mais de 10 fases da Operação Ararath e presos políticos e empresários do estado. A primeira delas foi em 2013. Mais de 50 pessoas foram e ainda são investigadas.

Blairo Maggi foi um dos investigados, mas o processo contra ele foi arquivado em maio do ano passado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de arquivamento foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

 

Leia a nota enviada pelo ministro:

 

No dia 26 de abril do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou o arquivamento de todas as acusações que pesavam contra mim na chamada Operação Ararath. Entendeu o procurador-geral "que não haviam nos autos indícios suficientes de crimes praticados pelo senador Blairo Maggi, nem vislumbra o Parquet outras diligências úteis à formação da justa causa necessária para oferecimento de denúncia no presente caso".

Por isso, me surpreendeu a decisão, ainda que provisória, do juiz da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, de receber a denúncia contra mim, no processo cível que deriva da mesma Operação.

Sem que absolutamente *nada de novo* tenha sido acrescido ao processo, o juiz veio na contramão do entendimento do Procurador-Geral da República, a quem coube apurar com rigor as denúncias que geraram o presente feito.

Com a consciência tranquila, estou pronto para prestar todos os esclarecimentos à Justiça e, recorrer da medida, por entender não ter sido justa a decisão proferida, ainda que liminarmente.