RONDONÓPOLIS

STF prorroga investigação contra deputado de MT delatado por Silval

Segundo Silval, propina em obra do aeroporto de Rondonópolis iria pagar empréstimo feito por Carlos Bezerra

por GazetaMT

10 de Outubro de 2018, 14h20

STF prorroga investigação contra deputado de MT delatado por Silval
STF prorroga investigação contra deputado de MT delatado por Silval

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por 90 dias a investigação contra o deputado federal Carlos Bezerra (MDB), a pedido do Ministério Público Federal (MPF), no caso que investiga suposta fraude envolvendo a licitação do aeroporto de Rondonópolis (217,3 km de Cuiabá). Além de atender o pedido do MPF, o ministro também acatou o pedido de vista feito pela empresa Ensercon, porém, limitou a análise apenas aos autos principais. A decisão é do dia 2 de outubro. A reportagem é de Tarley Carvalho, do site FolhaMax.

Além de Carlos Bezerra, são investigados na ação o ex-secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Cinésio Nunes; Edmar Alves Botelho; Esmeraldo Teodoro de Mello; José Carlos Ferreira da Silva; Marcílio Ferreira Kerche; Pedro Maurício Mazzaro; e Tércio Lacerda de Almeida.

A investigação foi iniciada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz). De acordo com a suspeita, houve fraude na licitação do aeroporto envolvendo a Ensercon Engenharia LTDA.

Devido à presença de Bezerra na lista dos investigados, o processo foi remetido ao STF. A escolha do ministro Luiz Fux se deu estrategicamente, isso porque existe a suspeita de que a suposta fraude seja um dos casos narrados pelo ex-governador Silval Barbosa (sem partido) em acordo de colaboração premiada junto ao STF, da qual o ministro é o relator.

De acordo com os depoimentos, o ex-chefe do Executivo foi avalista de Bezerra num empréstimo de R$ 4 milhões com uma empresária, onde o pagamento seria realizado por meio de cobrança de propina das empresas Construtora Tripoli, Ensercon Engenharia LTDA e a EBC - Empresa Brasileira de Construções.

No primeiro caso, a propina viria de obras de uma estrada entre Nobres (121,9 km de Cuiabá) e o distrito de Bom Jardim, pertencente ao município. No caso da Ensercon, a propina seria proveniente das obras realizadas no aeroporto de Rondonópolis. Por último, segundo Silval, a empresa EBC pagaria propina pelo recapeamento da MT-060.

Ainda segundo o ex-governador, Bezerra teria recebido a propina, mas não teria honrado no pagamento da dívida, fazendo com que Silval precisasse quitá-la.