SAÚDE

Uso do DIU reduz em um terço os riscos de câncer cervical

Cientistas buscam explicações para efeito inesperado do método contraceptivo

por GazetaMT

13 de Novembro de 2017, 09h04

Uso do DIU reduz em um terço os riscos de câncer cervical
Uso do DIU reduz em um terço os riscos de câncer cervical

O Dispositivo Intrauterino, conhecido popularmente pela sigla DIU, é um importante método anticoncepcional, mas também oferece proteção ao câncer cervical, o terceiro mais comum entre as mulheres. Segundo um estudo da Universidade do Sul da Califórnia, o uso do DIU está associado a uma redução de um terço nos riscos de desenvolvimento deste tumor.

- O padrão que encontramos foi impressionante. Não foi sutil - disse Victoria Cortessis, professora associada da Escola de Medicina Keck, da USC, e líder da pesquisa publicada na revista "Obstetrics & Gynecology". - A possibilidade de uma mulher experimentar alguma ajudar para o controle do câncer ao mesmo tempo em que está tomando decisões contraceptivas é potencialmente muito impactante.

Cortessis e sua equipe analisaram dados de 12 estudos envolvendo mais de 12 mil mulheres em todo o mundo. Os resultados apontam que o DIU está relacionado a uma incidência um terço menor de câncer cervical. Entretanto, os motivos para tal efeito protetivo ainda são desconhecidos. Alguns cientistas especulam que a colocação do DIU estimula uma resposta imunológica no cérvix uterino, dando ao organismo uma oportunidade de combater possíveis infecções pelo vírus HPV, responsável por mais de 90% dos casos da doença.

Outra possibilidade é que quando o DIU é removido, células infectadas pelo HPV ou alterações pré-cancerígenas também sejam retiradas. Segundo Cortessis, a busca por essa explicação é o próximo passo do estudo. Hoje, o uso do DIU ainda não pode ser indicado como método de se evitar o câncer cervical, mas está no horizonte.

- Se pudermos demonstrar que o corpo cria uma resposta imune à colocação do DIU, por exemplo, então poderíamos investigar se o DIU pode limpar uma infecção persistente por HPV em estudo clínico - explicou Laila Muderspach, coautora do estudo. - Os resultados são excitantes. Existe um tremendo potencial.