Tour internacional

Após viagens a países da Ásia, Bolsonaro retorna para Brasília

Bolsonaro encerrou o tour internacional em meio aos desdobramentos da informação, divulgada pelo Jornal Nacional

por Da redação com G1

31 de Outubro de 2019, 08h02

Após viagens a países da Ásia, Bolsonaro retorna para Brasília
Após viagens a países da Ásia, Bolsonaro retorna para Brasília

Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro retornou a Brasília na manhã desta quinta-feira (31), após uma viagem de quase duas semanas por Japão, China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita.

Bolsonaro desembarcou na base aérea da capital e seguiu direto para a residência oficial do Palácio da Alvorada. Não havia apoiadores à espera do presidente, que não concedeu entrevista na chegada.

Bolsonaro encerrou o tour internacional em meio aos desdobramentos da informação, divulgada pelo Jornal Nacional na terça-feira (29), da menção ao nome do presidente feita pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde mora Bolsonaro e Ronie Lessa, principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

O porteiro contou à polícia que horas antes do crime, em 14 de março, outro suspeito do crime, Elcio Vieira de Queiroz, disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. O porteiro ligou para a casa de Bolsonaro e obteve autorização para a entrada de Elcio. Ele confirmou em dois depoimentos que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do "Seu Jair".

Na quarta (30), o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que a declaração do porteiro não condiz com a verdade (veja no vídeo abaixo). Um áudio obtido na investigação da morte da vereadora mostra que foi Ronnie Lessa quem liberou a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio horas antes do crime. Suspeitos de serem os autores do assassinato, os dois estão presos desde março deste ano.

Previdência

Durante a viagem de Bolsonaro, o Senado aprovou em segundo turno a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, principal projeto enviado pelo presidente ao Congresso em seu primeiro ano de mandato.

Com a aprovação em segundo turno, o texto aguarda para ser promulgado. Agora, a equipe econômica do governo trabalha em outras reformas, como a administrativa e a do pacto federativo.

Bolsonaro deverá discutir com seus auxiliares detalhes das propostas que serão discutidas por deputados e senadores.

Disputa PSL

Bolsonaro viajou em meio ao racha de seu próprio partido, o PSL, que resultou na mudança do líder da sigla na Câmara. Após uma sucessão de listas para emplacar o líder, o deputado Delegado Waldir (GO) perdeu o posto para Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente.

Bolsonaro se empenhou para ajudar a tornar o filho líder do partido, mais um capítulo da queda de braço com o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE). Como Eduardo assumiu a liderança do PSL, ele optou por desistir da indicação para chefiar a embaixada do Brasil em Washington.

Um dos capítulos mais recentes da briga interna do PSL foi um pedido feito por Bolsonaro e mais 23 parlamentares à Procuradoria-Geral da República, de bloqueio de repasses do fundo partidário ao PSL e o afastamento de Bivar do comando da sigla (veja no vídeo abaixo). O pedido alega que há elementos de ilegalidades cometidas pela direção do partido.

 

Óleo nas praias nordestinas

Outro tema que mobilizou autoridades no Brasil durante a viagem de Bolsonaro foi o derramamento de óleo na costa brasileira, que levou manchas da substância a praias dos estados do Nordeste.

Com apoio de voluntários, o governo empregou militares para conter o óleo e limpar as praias. Junto, as autoridades brasileiras tentam descobrir como o óleo foi derramado.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na quarta que o governo está próximo de identificar o responsável pelo desastre ambiental. O comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, informou que as investigações se concentram em 10 embarcações como suspeitas de terem derramado o óleo.

12 dias de viagem

Bolsonaro cumpriu um roteiro de 12 dias pela Ásia e Oriente Médio, no qual apresentou a líderes estrangeiros, integrantes de famílias reais e empresários as reformas em curso no país e oportunidades de negócio nas áreas de defesa, agropecuária e infraestrutura.

Um dos projetos badalados por Bolsonaro durante a viagem foi o programa de concessões. O presidente convidou investidores a participar do megaleilão de petróleo do pré-sal previsto para novembro.

O primeiro destino de Bolsonaro foi o Japão, onde ele acompanhou a cerimônia de entronização do imperador Akihito. Na solenidade, o Japão apresentou a autoridades locais e estrangeiras o imperador, que assumiu o trono em abril.

Na China, em busca de ampliar as exportações do Brasil para o seu principal parceiro comercial, Bolsonaro se reuniu com políticos, com destaque para a reunião com o presidente chinês Xi Jinping. Ele foi presenteado por Bolsonaro com uma camisa do Flamengo.

Já nos países árabes o presidente procurou investimentos dos fundos soberanos das nações, alimentados por recursos da exploração de petróleo. Na Arábia Saudita, Bolsonaro anunciou um acordo com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para que o país invista US$ 10 bilhões no Brasil. Será criado um conselho de cooperação binacional para definir o destino do dinheiro.