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Em Cuiabá, reitoria suspende reajuste no restaurante

Tentativa é de reverter paralisação dos estudantes e retomar diálogo com comunidade acadêmica

por GazetaMT

16 de Maio de 2018, 14h40

Em Cuiabá, reitoria suspende reajuste no restaurante
Em Cuiabá, reitoria suspende reajuste no restaurante

A reitoria da Universitário na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) suspendeu, até dezembro de 2018, o reajuste de R$ 10 nas refeições do Restaurante Universitário. A decisão foi encaminhada terça (15) aos estudantes da instituição na tentativa de reverter a paralisação estudantil e retomar o diálogo com a comunidade acadêmica. "Nas audiências públicas e nos espaços de discussão internos da Universidade em que abordamos este tema, ouvimos sobre o apelo da não implementação deste formato de reajuste", disse a reitora da UFMT, Myrian Serra.

O documento enviado pela Reitoria aos Comandos de Greve dos estudantes e Diretório Central dos Estudantes (DCE's) dos Campus de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Araguaia e Rondonópolis, se compromete a construir, por meio do Conselho Universitário (Consuni), uma nova política de alimentação a partir de 2019 e diz que para isso, será necessária a readequação de despesas em 2018 para garantir o funcionamento da Universidade.

A reitora também propôs realizar e participar de audiências públicas em todos os campus da universidade como forma de estabelecer mediação direta com a comunidade acadêmica. "Há um cenário de restrição orçamentária imposto às universidades públicas em nosso País", lembrou Myrian. "Embora atuemos contra isso no campo político e social, de forma imediata, também precisamos readequar nossas despesas internas. Mas ouvimos da comunidade acadêmica sobre a importância de participar ativamente deste processo", argumentou.

De acordo com a UFMT, os recursos das universidades públicas destinados a despesas de custeio vêm caindo seguidamente nos últimos anos. O orçamento de 2017 para custeio, por exemplo, caiu 4,5% em relação ao exercício anterior. Esses contingenciamentos do Governo Federal, principalmente de custeio e de investimentos, têm impactado significativamente na situação financeira das Instituições de Ensino Superior Federais (IFES).

"Essa situação tem levado a Administração Superior da UFMT a alertar a sociedade mato-grossense sobre as consequências desses cortes orçamentários, que podem vir a comprometer, no futuro, a missão da instituição de produzir ensino, pesquisa e extensão com qualidade", diz trecho da nota emitida pela UFMT para anunciar a suspensão do reajuste.

A nota afirma ainda que há uma mobilização das instituições federais de educação superior na tentativa de recuperar o fôlego financeiro para que possam cumprir com seu papel social e que ao mesmo tempo, as instituições têm feito gestão administrativa para ajustar os seus gastos de forma a minimizar os impactos desta realidade orçamentária.