SUMIU

Rondonópolis quer saber: cadê tú, prefeito?

por Redação

09 de Julho de 2020, 09h42

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Divulgação

Nas últimas duas semanas, o prefeito de Rondonópolis José Carlos do Pátio sumiu. Nada de convidar a imprensa para coletiva coletiva (por sinal, esta coluna já disse que não mais aceita), nada do alarde que já lhe era de costume. A curva da pandemia lá em cima e o gestor municipal calado. Já tem gente se perguntando por aí: cadê o prefeito?

Verdade que aos poucos vão se esvaindo as desculpas de Pátio por não tomar atitude concreta em tempos de Covid-19. Sem ter a quem culpar, fica difícil mostrar a cara.

Explico: se antes o grande vilão apontado por Zé era o Governo do Estado, Mauro Mendes e sua equipe foram à mídia, cansados de tanto falatório. Segundo o noticiado, o Governo do Estado investe na manutenção de 27 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de 72 leitos de enfermaria, somente em Rondonópolis, para o tratamento dos pacientes da Covid-19. Os leitos estão divididos entre o Hospital Regional e a Santa Casa de Rondonópolis, cujo convênio foi firmado para a ampliação da oferta de leitos e melhor atendimento à população.

Ainda sobre o Estado: o município já contava com dois leitos no Hospital Regional e, com o incremento nos investimentos, foi possível a ampliação em mais 10 UTIs na unidade estadual e de 15 UTIs na Santa Casa. A gestão estadual cedeu à unidade filantrópica 10 ventiladores pulmonares, cinco ventiladores de transporte, cinco monitores multiparâmetros e 30 circuitos de ventilador mecânico. Por fim, o Governo ainda vai custear, junto com o Ministério da Saúde, a abertura de mais 20 leitos de UTI pela prefeitura municipal. Ou seja, o valor que será pago para manter em funcionamento as UTIs sairá do Governo Federal e do Governo Estadual. A parceria foi firmada na presença de representantes dos municípios da Região Sul.

Ao mesmo tempo, na Assembleia Legislativa do Estado, deputados estaduais como Claudinei Lopes seguem no andamento de indicações para a aquisição de estrutura básica para o trabalho das equipes nas unidades de Saúde. Falta tudo em Rondonópolis, máscaras e demais EPI, medicamentos, etc.

Falando do Governo Federal, outro vilão contra o coitado Zé, mais uma parcela dos recursos destinados aos municípios chegou aos cofres de Prefeitura de Rondonópolis nesta semana. De uma vez, um total de R$ 10 milhões. O valor é igual ao já repassado pelo Ministério da Saúde no mês passado. E mais dinheiro ainda há de cair.

Pela inciativa privada local, outra ação. O projeto Missão Cidadão deu início à triagem em massa da população, com as instalação de tendas  e de um centro médico nas ruas, gratuito para o povo que precisa. O custo do projeto beira os R$ 500 mil, entre medicamentos, estrutura e equipe, e nem um centavo saiu da Prefeitura. Zero apoio do prefeito sumido.

É muita gente fazendo o que Pátio deveria ter feito mas não fez. E olha que tempo não faltou. Nem dinheiro. O prefeito de Rondonópolis gastou quase R$ 20 milhões e a população não sentiu nenhuma ação efetiva no combate à pandemia. Comprou respiradores falsos, quase gastou R$ 1 milhão em papel higiênico, prometeu um novo hospital em uma semana e não entregou a obra no prazo... A lista é grande.

Pra piorar, a secretária Municipal de Saúde segue afastada pela Justiça, a pós a operação Stop Loss. O comando da Pasta está nas mãos do secretário interino que, por sinal, tem atuado como pode.

Problema que, assim como o prefeito, a Saúde também não comenta a atual situação da pandemia há dias. O tal Comitê de Gestão de Crises do município também não se manifestou. Nenhum novo encontro foi anunciado nos últimos 15 dias, o que fortalece a tese de que racha entre os membros do grupo. À coluna, segundo o repassado, o prefeito fora abandonado.

A última vez que o prefeito se manifestou para atacar a imprensa (como linkado acima no texto), ainda em meio à Decisão Judicial do Tribunal de Justiça e demais atuações que apertaram ainda mais o cerco contra o Zé. Estava fazendo evento político o prefeito, agora parou.

EM TEMPO: Nas redes sociais e no site da Prefeitura, a assessoria do Poder Executivo tem falado do tal projeto Sentinela. Nada mais é que a continuidade do chamado 3º turno em unidades de Saúde nos bairros. Nada, absolutamente, de novo ou tão significativo. É pouco.