RACHA

“Valtenir não é nosso presidente. Não vamos aceitar um paraquedista” diz Sachetti sobre briga no PSB

Reunião dos destituídos definiu permanência na sigla e duelo em eleição direta por nova composição

por Robson Morais

27 de Junho de 2017, 08h48

“Valtenir não é nosso presidente. Não vamos aceitar um paraquedista” diz Sachetti sobre briga no PSB
“Valtenir não é nosso presidente. Não vamos aceitar um paraquedista” diz Sachetti sobre briga no PSB

Ao GazetaMT, o deputado federal Adílton Sachetti-PSB classificou como "jogo mesquinho" a série de decisões tomadas pela cúpula nacional da sigla, em detrimento ao antigo diretório estadual de Mato Grosso, destituído, há dois meses, pela própria. O mais recente embate é contra o atual presidente "imposto", deputado federal Valtenir Pereira.

Ontem, 26, uma reunião do antigo diretório confirmou permanência das antigas lideranças do PSB no partido e briga política pela retomada do comando do partido no Estado. "Por enquanto, não estamos pensando em debandada. Não é isso o que a gente quer. Vamos esgotar todas as nossas possibilidades", frisou Sachetti.

"Paraquedista"

Para Sachetti, o atual presidente não representa o PSB. "Valtenir veio, chegou à presidência, mas não conversou com o partido. É presidente mas não é nosso presidente", disse. "Ele (Valtenir) já pulou diversas vezes de partido, não queremos um paraquedista", disse, em referência às mudanças partidárias do rival.

A indicação de Pereira pela cúpula nacional à presidência do partido no Estado veio após destituição do então presidente Fábio Garcia -PSB, com direito a expulsão, na sequência, de todos os demais membros do então formado diretório. Garcia votou na Câmara em favor da Reforma Trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer, contrariando ordem direta do PSB nacional. Foi punido. Os outros, em apoio ao colega, também sofreram represália.

"É um absurdo (a indicação de Pereira), este argumento não cabe. Até porque o próprio Valtenir votou em favor da Reforma Trabalhista. Se esta é a razão para a punição do Fábio (Garcia), não faz nem sentido", critica Sachetti.

2018

Em Brasília, ex-partido da base aliada do governo Michel Temer, o PSB é ainda novato na oposição. Apoiador fiel do impeachment da então presidente Dilma Rousseff -PT, mudou de lado e de discurso. Tanto por isso, filiados e políticos Socialistas não tem entrado em consenso quanto aos posicionamentos partidários.

A crise de identidade do PSB não é exclusividade de Mato Grosso. Punições também não. Por todo o Brasil, novos diretórios estaduais deverão ser compostos dentro do PSB, com vistas em 2018. "Vamos continuar unidos", reforça Sachetti sobre o bloco dos destituídos no Estado, sinalizando apoio ao projeto de reeleição do atual governador Pedro Taques -PSDB.