Pré-candidato a deputado estadual em 2018, o petista Lúdio Cabral chamou de "Madalenas arrependidas" os 31 líderes políticos que, há duas semanas, assinaram um manifesto contra a reeleição do atual governador do Estado Pedro Taques (leia aqui). Entre os nomes que assinam o documento oficial, estão os de antigos e fortes aliados, incluindo o ex-vice-governador Carlos Fávaro -PSD, o provável rival do tucano ao Paiaguás nestas eleições, Mauro Mendes -DEM e o ex-prefeito de Rondonópolis Percival Muniz -PDT.

A declaração foi dada ao GazetaMT no mesmo dia desta longa entrevista. "Mesmo ontem estas 31 Madalenas coordenaram a campanha (de Taques), a financiaram. Agora querem se apresentar com a assinatura de um manifesto", criticou. "Vamos ver se tem uma linha que fale de incentivo fiscal ou sobre taxar o agronegócio. Não tem. Ora, então não vem com esse papo de resolver os problemas do povo, pois o caos na Saúde, por exemplo, é reflexo disso, da quantidade de dinheiro que deixa de ser arrecadado porque o governo atende aos interesses dos bilionários da soja. Tem gente muito rica por aí andando de jatinho, que não precisa da rede pública. Historicamente, Mato Grosso é governado por e para essa gente".

O manifesto assinado pelas lideranças políticas do Estado nada mais é que uma lista de problemas apontados e não solucionados pela atual gestão estadual, sob a tônica de uma decepção supostamente sofrida pelos 31. Na visão destes, todos iludidos pela imagem de um herói Pedro Taques que se desmontaria três anos mais tarde.

Para além do sentimentalismo das "Madalenas", lembrou o petista, é preciso que se tenha às claras que ninguém é bobo e política é política. Havia, em 2014, um ciclo de interesses obscuros em torno da candidatura de Pedro Taques. De certo, há outro ciclo em torno da conjuntura atual.