Em visita a Rondonópolis para a inauguração dos novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia do município, o governador do Estado Pedro Taques (PSDB) bem que tentou evitar falar de política. Preferiu o chefe do Executivo estadual se manter na pauta do dia, focado em ressaltar investimentos "carros chefe" de sua gestão e longe de qualquer clima que contrapusesse os números presentes no discurso. Inevitável, porém, foi se posicionar sobre uma pergunta que ronda o cenário político municipal: em qual palanque subirá Pedro Taques?

De um lado na disputa rondonopolitana, o atual prefeito Percival Muniz (PPS), claramente sentindo-se traído pelo PSDB, com quem compunha seu governo e ao lado de quem seguirá até o fim deste mandato. De outro, o atual vice-prefeito e recém rachado Rogério Salles (PSDB), que mesmo atendendo a uma vontade do partido em registrar candidatura jamais pôde confirmar o apoio a contento do governador, que hoje figura como a principal representatividade do PSDB no Estado.

No meio do bolo Taques vinha na saia justa, chegando a dar sinais de que tiraria o corpo. Até pouco tempo, o governador se mostrava público apoiador do atual prefeito. Neste ano era esperado, inclusive, que a parceria se mantivesse, mas os planos mudaram. "Sou um homem de partido, claro que vou apoiar os candidatos do meu partido. Se o PSDB aqui tem um candidato, vou em apoio a meu amigo Rogério Salles", disse com exclusividade à reportagem do GazetaMT.

No embalo da primeira pergunta ao governador, veio também a segunda: E o sentimento de traição, por conta do racha político, ao projeto de reeleição por parte do atual prefeito? "Olha, meu amigo, nem sentimento de ingratidão e nem o de traição. Não trai o prefeito Percival Muniz. Não tenho que entrar nessa discussão em relação ao prefeito Percival", respondeu Taques em tom incisivo.

Discurso

Quando lançou sua candidatura à reeleição, Percival Muniz não escondeu no discurso a influência política dos cabeças tucanos no fim da relação PSDB x PPS. "(Esse grupo) de pessoas e lideranças que não tiveram coragem de botar a cara, mas que manipularam companheiro nosso pra conseguir rachar", disse Percival, deixando respingar o comentário a outros nomes políticos agora confirmados como adversários.